O churrasco “made in Brazil” subiu de nível — e não é pelo alto preço da picanha (isso fica para o açougue da esquina). Nesta quarta-feira, 29, o mundo atestou: o rebanho nacional está livre da febre aftosa e não precisa mais vacinar o gado. Agora, a carne bovina brasileira ganhou mais musculatura para agradar a novos paladares no mercado externo — e fez um golaço nos campos do agro.
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O reconhecimento de “zona livre de febre aftosa sem vacinação” foi concedido pela Organização Mundial da Saúde Animal — uma espécie de Fifa quando o assunto é carne.
É verdade que o Brasil já disputava o mercado internacional na primeira divisão, ao lado das nações de elite. É o maior exportador de carne bovina do mundo. Mas ainda faltava esse verdadeiro gol de placa para consolidar a posição da pecuária nacional.
O que muda no jogo?
Com o selo internacional, a pecuária verde e amarela mostra que tem padrão para agradar a “torcidas exigentes” — e elas pagam mais pelo espetáculo. Países como Japão e Coreia do Sul não importam carne de regiões que não sejam reconhecidas como livres da doença. Nos Estados Unidos, o controle é mais rigoroso quando o selo não existe.
No caso dos norte-americanos, a produção interna dá conta da demanda — mas eles gostam de carne estrangeira. Já coreanos e japoneses dependem do que vem de fora: mais da metade da carne bovina consumida nesses países é importada. Ou seja, o potencial de crescimento é enorme — e a economia brasileira agradece. Com o dólar do jeito que está, a fome pelo dinheiro que vem de fora é extrema.
Quando a febre aftosa entra em campo
A causa é um vírus. A principal forma de contágio é o contato entre animais doentes e saudáveis, mas superfícies contaminadas e até o ar (a curtas distâncias) também transmitem.
O animal raramente morre apenas por causa dela, mas a doença derruba o desempenho do rebanho: menos leite, menos carne, menos fertilidade — e mais sofrimento. Bolhas pelo corpo viram úlceras. E quando o vírus se espalha, o prejuízo é pior que um gol contra. Vira um mata-mata que pode encerrar a temporada.
Agora, o Brasil joga com vantagem: se protege com técnica, sem aditivos e ainda assim não toma gol. A pecuária fez bonito: venceu a febre aftosa e mostrou para o mundo que domina seu campo.
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