Depois de ar anos como um lorde inglês e, assim, chegar até o posto de juiz de Direito, o paulista José Eduardo Franco dos Reis foi descoberto. Mas não foram as investigações da polícia que chegaram diretamente a ele. Eduardo cometeu uma falha ao entregar ao Poupatempo uma certidão de nascimento que acabaria por revelar a fraude.
Em outubro de 2024, o ex-juiz foi ao órgão do governo de São Paulo que facilita o o a diversos serviços públicos para renovar a sua carteira de identidade. O objetivo era manter o nome falso. No entanto, ao fazer o pedido, Eduardo apresentou uma certidão de nascimento com o número de registro do nome verdadeiro. Foi o fim da farsa.
Juiz construiu ‘vida de mentiras’, diz polícia
Conforme as investigações, relatou o programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo, 6, Eduardo inventou que era descendente da aristocracia britânica e ou a se chamar por um nome pomposo, como o de um lorde inglês: Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield.
De acordo com a polícia, Eduardo construiu uma vida de mentiras. No papel de Edward, desempenhava uma atuação discreta, articulada e convincente. Desse modo, conseguiu enganar instituições, colegas e o Estado, que lhe deu cargo, salário e poder. A reportagem conta que o impostor obteve vários documentos em órgãos oficiais com uso de uma identidade falsa.
Sua estratégia consistia em explorar as brechas nos sistemas de documentação, que na época eram muito precários em razão dos processos manuais. Como descendente de ingleses, ele estudou Direito na Universidade São Paulo. Depois prestou concurso e, em 1995, se tornou juiz.
Durante anos, Edward assinou sentenças, comandou audiências e expediu diversas ordens em nome do Judiciário. Ninguém, em nenhuma instância, percebeu que o homem por trás da toga era uma fraude. Com isso, a Justiça pode se deparar agora com um grande problema. A possível contestação do volume de decisões tomadas por um homem que usava identidade falsa.
Golpe incluía até mudança de sotaque
Quem conviveu com Eduardo nos tribunais diz que ele ajustava até o tom da própria voz para se ar por Edward. Falava português com um pouco de sotaque britânico. O pseudolorde inglês aposentou-se em 2018, depois de 23 anos na magistratura.
Dias depois de fazer o pedido da nova carteira de identidade no Poupatempo, Eduardo voltou. Mas, no lugar de receber a segunda via do RG, descobriu que precisaria antes procurar a polícia. Quando chegou ao Instituto de Identificação da Polícia Civil, foi avisado de que seria ouvido na investigação sobre uso de documentação falsa.
Virou réu e sumiu
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público por falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude em concurso público. O juiz virou réu. José Eduardo precisa ser comunicado da decisão para apresentar sua defesa. Mas ninguém o encontra. Na última sexta-feira, 4, o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu o pagamento da aposentadoria do juiz.
Leia mais notícias de Brasil na Oeste
Esses sao os caras que condenam com varios anos de jaula ou multas . No resumo é um criminoso e ponto final.
Até o início do século XX e anteriores as pessoas trocavam de nome facilmente, principalmente imigrantes. Viviam uma vida inteira e morriam com o segundo nome. Para mim isso é noção comum. Meu próprio avô que veio de Portugal viveu sua vida inteira no Brasil com outro nome que não era o de batismo.
Como bem explicado na reportagem o José que virou Edward usou de um sistema que ainda permitia essas mudanças.
Por não deixa-lo com o nome inglês?
Que situação estranha. Pelo que consta da matéria, tudo na vida dele era verdadeiro, exceto o próprio nome. Ingressou na faculdade, formou-se, prestou concurso e tornou-se juiz, exerceu a função de juiz por 23 anos e se aposentou. Tudo normal, uma linda carreira profissional, mas com nome falso. Parece que não cometeu nenhuma outra falsidade. A história parece ficção, merece um filme.
Conta-se nos dedos os juizes honestos, mas a maioria deles…
STF segue o fluxo
Kkkk esse é o nosso judiciário 😂😂😂
Quanto puro, decente, justo e conciso é nosso judiciário!
Quantas “justiças” terá promovido em seu período de magistrado ‘gringo’ este bandido.
Normal pois por aqui se abrigou até a morte outro ‘ingrês’ bastante famoso: Ronald Biggs (assaltante na quadrilha ao trem pagador na Inglaterra que nunca o Brasil o devolveu para pagar por sua façanha!).
Sentenças fraudulentas se tornaram rotina no judiciário, seja pela venda ou por interesses e perseguições políticas. Credibilidade zero.