Para o londrino Jensen Sturgeon, de 22 anos, não há idade limite para brincar de castelo de areia — sobretudo se for durante as férias em uma das mais belas praias do Brasil. A arte, porém, pode transformar a diversão em tragédia — como quase aconteceu com o gringo em maio, enquanto desfrutava do Rio de Janeiro.
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O britânico cavou um buraco de mais de 2 metros de profundidade na Praia de Copacabana. Mesmo com a altura acima da cabeça, ele decidiu seguir com a empreitada divertida, quando, num descuido, as paredes desmoronaram sobre a cabeça dele. O lugar quase virou uma cova — não fosse o calor humano típico da Cidade Maravilhosa
Gringo é salvo ao estilo Rio de Janeiro
A terra dos 40 graus fica bem longe da frieza britânica. O desmoronamento mobilizou todos ao redor. Foi uma confusão bem brasileira, com equipe de salvamento formada por vendedores ambulantes, banhistas, garotas de Ipanema — e até sobrou espaço para a atuação dos bombeiros.
No meio do resgate, houve, inclusive, algumas cervejinhas bem geladas para hidratar e acalmar o rapaz. Não era para menos: foram três horas no buraco, cercado pela areia aquecida pelo sol carioca.
Na maior parte do tempo, apenas a cabeça dele estava de fora. Ainda assim, ele guardou boas lembranças por causa do salvamento, apesar do medo.
“Pensei que fosse morrer”, reconheceu. “Mas, por sorte, pessoas boas me salvaram.”
Final feliz — ou quase isso. As férias acabaram, e ele retornou para a terra natal, de volta ao trabalho, no Aeroporto de Londres. Contudo, as fotos em seu Instagram revelam: o britânico se tornou mais um turista morto de saudades da Cidade Maravilhosa.
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Se o gringo resolver voltar ao Rio de Janeiro, fica a lição: manter-se longe da praia. É uma recomendação ancestral, no caso dele: a tradução do sobrenome Sturgeon para o português é esturjão. Trata-se de uma espécie de peixe, e o lugar desse tipo de animal não é na areia.
Os idiotas vão tomar conta do mundo, não pela qualidade, mas, pela quantidade.
Coletei frases sobre isso.
Ditado popular: “Um tolo sempre tem outro tolo que o ira”.
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Nicolas Boileau: “Um idiota sempre encontra um idiota ainda maior para irá-lo”.
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Millôr Fernandes: “Candidate-se. Por mais idiota que você seja, sempre haverá um número suficiente de idiota maiores do que você para acreditar que você não o é”.
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Barão de Itararé: “Em toda família tem um imbecil. É muito difícil, portanto, a situação do filho único”.
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Nelson Rodrigues: “A maior desgraça da democracia é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas, que são a maioria da humanidade”.
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Nelson Rodrigues, de novo: “Invejo a burrice, porque é eterna”.
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Ditado popular: “Um burro carregado de livros é doutor”.
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Camilo Castelo Branco: “Os estúpidos guerreiam barbaramente o talento: são os vândalos do mundo espiritual”.
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Camilo Castelo Branco, de novo: “Os tolos são felizes; eu, se fosse casado, eliminava os tolos da minha casa”.
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Ditado popular: “Bastantes vezes se fazem por acaso as tolices mais felizes do mundo”.
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Padre Antônio Vieira: “Quem é tolo pede a Deus que o mate ou ao diabo que o carregue”.
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Walther Waeny: “Quando um tolo entra na História, ele se torna apenas um exemplo a não ser seguido”.
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Ditado popular: “Só o tolo cai duas vezes no mesmo conto do vigário”.
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Godofredo de Alencar: “Mais idiota que um idiota? Toda a gente!”
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Sousa Martins: “A imbecilidade humana é ilimitada. Por mais que extrema que em certas ocasiões nos pareça, há sempre quem seja capaz de excedê-la”.
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Júlio Ribeiro: “É grande, é vasta; mais ainda, é imensa, verdadeiramente, a minha indulgência para com a imbecilidade”.
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Ditado popular: “Acreditar em tudo é tolice; não acreditar em coisa alguma tolice é.”
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Fialho de Almeida: “Um cínico disse: só os imbecis se portam bem. E eis aí uma verdade universal”.
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Tavares Bastos: “Quando o brasileiro decide ser burro, é melhor sair da frente”.
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Ditado popular: “Néscio calado por sábio é contado”.
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Montaigne: “Nenhum homem está isento de dizer asneiras. O problema é quando essas asneiras são ditas a sério”.
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Baltasar Gracián y Morales: “Aplaudem-se as tolices de um rico enquanto nem se dá ouvidos às máximas de um pobre”.
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Paul Lafitte: “Um idiota pobre é um idiota. Um idiota rico é um rico”.
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Ditado popular: “Um imbecil pobre é um imbecil; um rico imbecil é um rico”
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Harold MacMillan: “Já foi dito que não há maior idiota do que um velho idiota, exceto um jovem idiota. A diferença é que o jovem idiota tem de amadurecer e tornar-se um velho idiota para descobrir que era idiota no tempo em que era um jovem idiota”.
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Rudyard Kipling: “A mulher mais idiota pode dominar um sábio. Mas é preciso uma mulher extremamente sábia para dominar um idiota”.
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Mark Twain: “Vamos agradecer aos idiotas. Não fosse por eles não faríamos tanto sucesso”.
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Ditado popular: “Na primeira, quem quer cai, na segunda cai quem quer, na terceira quem é otário”.
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Lord Byron: “Aqueles que se recusam a serem chamados à razão, são intolerantes; aqueles que não conseguem, são idiotas; e aqueles que não ousam, são escravos”.
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Susan Sontag: “A política de uma democracia que implica desacordos, que promove a sinceridade, foi substituída pela psicoterapia. Vamos chorar juntos. Mas não vamos todos ser idiotas juntos”.
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Eu: “Nem só da classe média vive a imbecilidade”.
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Marquês de Sade: “Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes”.
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Baronesa Phyllis Dorothy James: “Pode-se combater a estupidez, a intolerância e o fanatismo quando se luta com eles em separado; mas se vêm juntos, o melhor é escapar, ainda que só para preservar o próprio equilíbrio”.
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Ditado popular: “Querer desculpar uma asneira é cometer outra”.
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Marie von Ebner-Estenbach: “Uma mulher inteligente tem milhões de inimigos: todos os homens estúpidos”.
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O povo: “De pensar morreu um burro”
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Eu: “De pensar morreu um burro. De não pensar morrem muitos”.
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Konrad Adenauer: “Deus é injusto, pois criou sérios limites à inteligência dos homens, mas nenhuma à sua burrice”.
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Vanessa Pimentel: “Inteligência encobre feiura, mas beleza não disfarça burrice”.
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Oscar Wilde: “É sempre uma tolice dar conselho, mas dar bom conselho é totalmente funesto”.
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Albert Einstein: “Há duas coisas infinitas: o Universo e a tolice dos homens”,
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Provérbio chinês: “Um homem aponta o céu. O tolo olha o dedo, o sábio vê a lua”.
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Ditado popular: “Cada casa tem seu tolo e cada tolo a sua mania”.
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Erasmo de Roterdã: “Toda tolice, por mais grosseira que seja, sempre encontra sequazes”.
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Mark Twain: “A confiança que tenho em saber que a religião do outro homem é tolice, me leva a suspeitar que a minha também seja”.
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Mário Quintana: “A ironia atinge apenas a inteligência. Inútil desperdiçá-la com os que estão longe do seu alcance. Contra estes ainda não se conseguiu inventar nenhuma arma. A burrice é invencível”.
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Albert Camus: “A estupidez insiste sempre”.
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Florence Nightingale: “É necessária uma certa dose de estupidez para se fazer um bom soldado”.
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Ditado popular: “É duas vezes tolo o que faz o mal e o apregoa”.
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Jean de la Bruyere: “Há apenas duas formas de subir na vida: pelo nosso engenho ou pela estupidez dos outros”.
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Simone de Beauvoir: “Diante de um obstáculo que é impossível de superar, obstinação é estupidez”.
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Eduardo Galeano: “Temos, há muito tempo, guardado dentro de nós um silêncio bastante parecido com a estupidez”.
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Stephen Hawking: “Estamos em risco de nos destruir por conta de nossa cobiça e estupidez. Não podemos permanecer olhando para dentro de nós em um planeta pequeno e crescentemente poluído e superpovoado”.
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Mouzar Benedito, jornalista, nasceu em Nova Resende (MG) em 1946, o quinto entre dez filhos de um barbeiro. Trabalhou em vários jornais alternativos (Versus, Pasquim, Em Tempo, Movimento, Jornal dos Bairros – MG, Brasil Mulher). Estudou Geografia na USP e Jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo. É autor de muitos livros, dentre os quais, publicados pela Boitempo, Ousar Lutar (2000), em coautoria com José Roberto Rezende, Pequena enciclopédia sanitária (1996), Meneghetti – O gato dos telhados (2010, Coleção Pauliceia) e Chegou a tua vez, moleque! (2017, e-book). Colabora com o Blog da Boitempo mensalmente, às terças.
Todo santo dia nasce um idiota no mundo.
O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota Capa comum – 13 agosto 2013
Edição Português por Olavo de Carvalho (Autor)
4,7 4,7 de 5 estrelas (4.425)
“Ninguém, hoje em dia”, escreve o filósofo Olavo de Carvalho, “pode se dizer um cidadão livre e responsável, apto a votar e a discutir como gente grande, se não está informado das técnicas de manipulação da linguagem e da consciência, que certas forças políticas usam para ludibriá-lo, numa agressão mortal à democracia e à liberdade.”Os 193 artigos e ensaios de Olavo de Carvalho, organizados por Felipe Moura Brasil em O mínimo que você precisa saber para não ser idiota, são uma pequena parcela dos textos assinados pelo filósofo em diversos veículos da imprensa brasileira entre 1997 e 2013. Com originalidade e veemência, o autor reflete sobre temas do dia a dia, analisa as notícias e o que nelas fica subentendido, procurando entender o que se a na cabeça do brasileiro.Olavo une a linguagem popular à alta cultura, tudo com o mais autêntico bom humor, o mais envolvente dos estilos, justificando sua posição como grande agente de influência política e social de sua época. Da juventude à maturidade, da economia à cultura, da ciência à religião, da militância à vocação, do regime militar ao petismo de Lula e Dilma, do governo de George W. Bush ao de Barack Obama e outros muitos temas são alvo do olhar arguto do autor. Os assuntos não se esgotam em si mesmos e fornecem elementos para a compreensão dos demais.Com mais de 200 mil exemplares vendidos, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota é uma compilação de temas essenciais – todos eles renegados à obscuridade no país –, sobre os quais os artigos vêm lançar luz, importando para a seleção menos a data e o veículo em que foram publicados do que o potencial de cada um para a abordagem dos temas. Um livro essencial para a compreensão das forças que dominam a narrativa política no Brasil.