Em entrevista ao jornal O Globo, o secretário municipal de Educação de São Paulo, Fernando Padula, declarou que as parcerias com escolas privadas não representam uma privatização do ensino, mas, sim, uma experiência para explorar alternativas na gestão educacional.
“É um equívoco falar em privatização”, afirmou Padula. “Na privatização, você está vendendo um equipamento, uma empresa, e o privado a a tocar com suas regras. Aqui é uma parceria seguindo as regras do governo, para o privado fazer a gestão, e tem que vir acompanhado de um processo de monitoramento e avaliação.”
A parceria mais destacada é com o Liceu Coração de Jesus, que desde 2023 acolhe 575 alunos da rede pública municipal.
A instituição, localizada nos Campos Elíseos, enfrentou dificuldades financeiras, e a insegurança do entorno, agravada pela presença da cracolândia, contribuiu para a queda no número de matrículas.
A prefeitura desembolsa R$ 472 mil mensais para o colégio, que é responsável pela istração e pelo ensino dos estudantes, com a necessidade de prestar contas à prefeitura.
Instituição que acolhe alunos da rede pública superou a média das escolas da rede municipal

De acordo com a gestão municipal, os resultados dessa colaboração são promissores. O Liceu alcançou 152 pontos na Prova São Paulo, superando a média de 142 pontos das escolas municipais.
Padula destacou que o menor absenteísmo dos professores no Liceu, com apenas três faltas em 2024, é um fator relevante para os bons resultados.
“Nós não estamos falando em bala de prata”, prosseguiu. “Vamos trabalhar com todas as unidades escolares, apoiá-las com recursos, materiais, formação de professor. E vamos fazer uma experiência.”
Estudos jurídicos estão em andamento para apoiar a expansão do modelo para outras escolas, sem fins lucrativos. A intenção é iniciar um projeto piloto com até cinco instituições, depois de um chamamento público.
Além disso, a prefeitura está focada em melhorar os índices de aprendizagem, identificando as 50 escolas com maiores dificuldades pedagógicas, para receber atenção especial.
Estratégias para a expansão do ensino integral
A expansão do ensino integral, especialmente na educação infantil e nos primeiros anos do ensino fundamental, é uma estratégia-chave. Maria Silvia Bacila, secretária-executiva pedagógica, destacou a importância de uma expansão planejada, levando em conta a logística de distribuição dos alunos.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP) quase trocou Fernando Padula, por resultados insatisfatórios na educação, mas, depois de meses de avaliação, decidiu mantê-lo, exigindo esforço para melhorar os indicadores educacionais.
A decisão enfrentou pressão política, com tentativa do PL para indicar um novo nome para a pasta, mas o prefeito manteve sua escolha.
Agora, o município usa indicadores do Ministério da Educação (MEC) para alcançar 70% de alfabetização na idade certa até 2028. Também firmou parceria com a Universidade de São Paulo (USP) para identificar áreas de maior vulnerabilidade social e cruzar esses dados com os indicadores pedagógicos.
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