para reestruturar R$ 35 bilhões em dívidas, a Azul entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, por meio do Chapter 11, de modo a interromper temporariamente a fusão com a controladora da Gol. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o CEO John Rodgerson informou que a prioridade é resolver a situação financeira da empresa.
Segundo o executivo, o processo deve ser ágil, já que a companhia ingressou com acordos firmados com credores e conta com dois novos sócios estratégicos: United Airlines e American Airlines. Depois da reestruturação, a Azul prevê migrar suas ações para o Novo Mercado na B3, segmento que ite apenas papéis com direito a voto.
Azul e a crise financeira

Questionado sobre a mudança de rumos depois do anúncio da fusão com a dona da Gol, Rodgerson explicou que a crise se agravou em razão do aumento expressivo dos juros pagos pela empresa. Eles saltaram de R$ 150 milhões, em 2019, para R$ 1,6 bilhão, no ano ado. Já o custo médio por agem subiu de R$ 10, há seis anos, para R$ 67.
A ausência de auxílio durante a pandemia e a desvalorização do real em 50% também impactaram as finanças, conforme o gestor. Com o pedido de proteção judicial, a entrada das sócias United e American Airlines e os acordos com credores, Rodgerson acredita que a Azul poderá retomar os investimentos.
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Ele destacou a parceria de longa data com a United e o interesse da American em ampliar sua presença no Brasil. O país é o quinto maior mercado mundial para ambas, que enxergam oportunidades pela malha de conexões da Azul no país.
Investimentos e acordos com credores
Sobre aporte financeiro, Rodgerson sugeriu que United e American Airlines contribuirão com valores entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões cada, mas somente depois da conclusão do processo de reestruturação. “Nós já estamos entrando com uma saída em mente”, afirmou.
Quanto aos locadores das aeronaves, não haverá novos aportes, mas a AerCap, principal credora, concedeu perdão de quase US$ 1 bilhão em dívidas antigas. Entre elas, estão as decorrentes da pandemia e das enchentes no Rio Grande do Sul.
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Cerca de 15 empresas trocarão débitos por participação acionária, e oito fundos financeiros aceitaram um desconto de US$ 950 milhões em troca de ações. David Neeleman, fundador da Azul, também assinou o acordo.
As fatias societárias dos novos sócios ainda dependem da negociação final do Chapter 11. O CEO adiantou que United e American Airlines terão assentos no conselho de istração, com participação relevante, mas não detalhou percentuais. “Mas não dá para dizer, neste momento, que os US$ 150 milhões serão 10% da Azul, por exemplo”, explicou.
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