Em editorial publicado nesta segunda-feira, 26, o jornal O Estado de S. Paulo explica que a cúpula petista começou a reconhecer, ainda que timidamente, que o tempo político de Luiz Inácio Lula da Silva está perto do fim.
A idade avançada do presidente e o desgaste do atual mandato forçam o partido a discutir, com cada vez menos reservas, quem poderá sucedê-lo.
Lula ainda não revelou se disputará a eleição de 2026, mas o Partido dos Trabalhadores (PT) já age como se o sucessor tivesse de ser preparado desde agora. A movimentação, embora discreta, provoca tensões internas.
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O desafio é encontrar alguém capaz de manter a fidelidade à cartilha lulista e, ao mesmo tempo, lidar com um país diferente daquele que elegeu o petista pela primeira vez, em 2002.
Os nomes que circulam nas rodas internas incluem os ministros Fernando Haddad, Camilo Santana e Rui Costa. Cada um deles tenta ampliar sua influência no governo, mesmo sob a sombra do chefe.
Além disso, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), apesar de outsider na legenda, também voltou ao radar depois de rumores de que pode ocupar cargo no Executivo federal.
Setores que defendem um projeto de coalizão costumam lembrar-se do vice-presidente Geraldo Alckmin e do prefeito de Recife, João Campos, ambos do PSB.
Mas a maioria petista não cogita abrir mão do protagonismo. A fidelidade partidária se mantém como um critério essencial para quem deseja ser apontado como sucessor. A escolha do herdeiro ultraa a lógica eleitoral.
Trata-se da tentativa de preservar um projeto de poder baseado na figura de Lula. Por isso, a disputa acontece de forma silenciosa, sem movimentos explícitos. Ninguém quer parecer rebelde diante do líder máximo do partido.
Vícios ideológicos de Lula dificultam renovação
Ao mesmo tempo, cresce o incômodo com o rumo do atual governo. Aliados e adversários criticam a gestão pela falta de propostas claras e pela mediocridade istrativa.
Sem renovação de ideias, o PT parece mais interessado em manter estruturas do que formular respostas aos novos desafios do Brasil.
O discurso petista ainda repete teses antigas: culpa elites por suas derrotas, acusa a mídia de manipulação e interpreta divergências como produto de ignorância ou alienação.
A sigla ainda trata como dogma a narrativa do “golpe” contra Dilma Rousseff e da prisão supostamente injusta de Lula.
Além disso, o partido sustenta um discurso identitário que ignora os desejos de mobilidade social das classes médias e emergentes. Essa visão reforça o distanciamento entre o PT e uma parcela crescente do eleitorado, que busca mais autonomia e menos intervenção do Estado.
Como resultado, a crise de sucessão levanta uma contradição central: é possível um lulopetismo sem Lula?
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O eventual escolhido terá a missão de manter a coesão interna do partido, ajustar o discurso às demandas do presente e repensar a relação com a sociedade.
Esse nome, se surgir, precisará reformular a esquerda brasileira sem recorrer ao estatismo anacrônico, ao radicalismo retórico ou à dependência pessoal do ex-presidente. Um desafio que, até aqui, nenhum dos cotados parece pronto para enfrentar.
Com Lulle, ou sem ele, o PT acabou. É um simulacro de ParTido.
Não vejo a hora desse ditador bebum fascista criminoso de nove-dedos fechar de vez os olhos e descansar a sete palmos abaixo da terra.