O ataque do Irã a Israel pôs novamente à prova a eficiência do Domo de Ferro, sistema antimíssil criado pelos israelenses.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram que, embora saturada pelos milhares de drones e foguetes lançados pelo Irã, a arma defensiva de Tel-Aviv ainda é capaz de evitar a morte de inocentes.
🔴 Watch: Israeli defense systems intercept Iranian missiles over the Temple Mount pic.twitter.com/oEebzijEGI
— Israel ישראל 🇮🇱 (@Israel) April 13, 2024
A origem do Domo de Ferro
A ideia de um sistema antimíssil surgiu em meados da década de 1990, durante o conflito israelo-libanês. Na ocasião, o grupo fundamentalista islâmico xiita Hezbollah, com sede no Líbano, lançou milhares de foguetes contra cidades israelenses.
Danny Gold, então general-brigadeiro do Israel Defense Forces, sugeriu às lideranças do Exército a criação de um sistema de defesa complexo, que pudesse interceptar os mísseis disparados por terroristas e, ao mesmo tempo, protegesse civis israelenses.
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No entanto, o conceito do Domo de Ferro ganhou força apenas em 2004, quando Danny Gold tornou-se diretor da equipe de pesquisa e desenvolvimento das Forças de Defesa Israel.
Três anos depois, em 2007, o sonho do escudo antimíssil tornou-se realidade. Com apoio técnico e financeiro dos Estados Unidos, as empresas israelenses Rafael Advanced Defense Systems e Israel Aerospace Industries construíram o Domo de Ferro.
Os norte-americanos investiram mais de US$ 200 milhões para a tecnologia sair do papel.
Em 2011, a qualidade do Domo de Ferro foi posta à prova, em resposta a bombardeios perpetrados pelo Hamas contra a cidade de Beer Sheva, localizada no sul de Israel. Bem-sucedido, o sistema antiaéreo ou a ser utilizado pelo Exército do país.
Como a arma defensiva funciona
O sistema é formado por três elementos essenciais: (1) radar de detecção e rastreamento de foguetes inimigos; (2) central de controle de armas e gerenciamento de batalha; e (3) unidade de disparo de mísseis, pronta para agir aos sinais de alerta.

Quando um míssil rival é detectado pelo radar, a central de comando recebe um aviso, calcula a trajetória e o possível ponto de impacto do projétil. Se o alvo dos inimigos for uma região habitada, o sistema lança um foguete programado para explodir perto do projétil considerado invasor, o que causa sua destruição imediata.
Para ter uma ideia, a velocidade do míssil interceptador pode chegar a 3,1 mil quilômetros por hora. O Domo de Ferro detecta mísseis lançados em um raio de até 70 quilômetros.
“O radar detecta o lançamento de um foguete e transmite informações sobre sua trajetória para o centro de controle, que calcula o ponto de impacto esperado”, explicam as Forças de Defesa de Israel. “Se este local justifica uma interceptação, um míssil é disparado para interceptar o foguete. A carga útil do míssil interceptor explode perto do foguete, em um local que não deve causar ferimentos a civis.”

Segundo o grupo de análise de segurança Jane’s International Defense Review, os mísseis têm aproximadamente 3 metros de comprimento, 15 centímetros de diâmetro e pesam 90 quilos. O sistema é fácil de ser transportado e leva apenas algumas horas para configurá-lo. O Domo de Ferro pode ser operado em qualquer condição climática.

Tecnologia de alto custo, mas de valor incomensurável
Até o momento, os Estados Unidos investiram US$ 1,6 bilhão para a manutenção do sistema antimíssil, de acordo com relatório do Congressional Research Service. Em 2014, norte-americanos e israelenses firmaram acordo de coprodução para permitir a fabricação dos componentes do sistema Domo de Ferro nos Estados Unidos. A United States Missile Defense Agency tem o total à tecnologia.
A produção de cada unidade do Domo de Ferro custa US$ 50 milhões, e cada míssil interceptado custa, no mínimo, US$ 60 mil.
O alto preço da tecnologia, contudo, é proporcional à eficácia do sistema antiaéreo. Conforme o Exército israelense, a taxa de interceptação de foguetes rivais é de 90%.
Eficiência que gera complacência
Em razão da eficiência do Domo de Ferro, milhares de civis israelenses simplesmente seguem com suas atividades cotidianas mesmo após o soar dos alarmes. Parte da população local tem certeza de que os mísseis inimigos serão interceptados pelo Domo de Ferro.
“Há complacência”, relata Yiftah Shapir, especialista em defesa antimíssil e pesquisador do Instituto de Estudos de Segurança Nacional de Israel. “As pessoas não entram em pânico e tendem a negligenciar o alarme. No entanto, ninguém prometeu 100% de proteção.”
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🇮🇱🇮🇱🇮🇱 Introducing, a new Israeli superhero: Iron Dome, the protector/defender of Israel. We love it! #irondome10 🇮🇱🇮🇱🇮🇱
Credit: Sarai Givaty/https://t.co/wNfmDkklxo pic.twitter.com/1lrQljZ53k
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