O Irã respondeu aos ataques aéreos lançados por Israel contra centros nucleares e alvos militares, na madrugada desta sexta-feira, 13, com ameaças de retaliação, rupturas diplomáticas e mudanças na cúpula das Forças Armadas.
O bombardeio matou sete integrantes de altos cargos do Estado iraniano, incluindo dois generais e dois cientistas nucleares. Horas depois, Teerã substituiu a cúpula militar, rompeu negociações com os Estados Unidos e declarou que vai manter seu programa nuclear.
Paralelamente, Ali Khamenei, líder supremo do Irã, declarou que Israel receberá um “destino amargo”. Ele afirmou que “a mão poderosa das Forças Armadas da República Islâmica” responderá ao que chamou de “crime” cometido pelo “regime sionista”.
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Além disso, Mohammad Pakpour, novo comandante da Guarda Revolucionária, reforçou o tom: “Em retribuição ao sangue de nossos comandantes, os portões do inferno em breve serão abertos sobre este regime assassino de crianças”.
Já o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, classificou os ataques israelenses como uma “declaração de guerra”. Para ele, a ofensiva não teria ocorrido sem a anuência dos Estados Unidos.
Em nota oficial, o ministério acusou Washington D.C. de atuar como patrocinador do governo israelense. Ele argumenta que as consequências do ataque recairão sobre ambos países.
A diplomacia iraniana também exigiu uma reação do Conselho de Segurança da ONU. Em comunicado, o governo citou o Artigo 2(4) da Carta das Nações Unidas para sustentar que Israel supostamente violou gravemente a soberania do Irã.
O texto adverte que Teerã exercerá seu direito à autodefesa “com toda a força e da maneira que considerar apropriada”.
Teerã reestrutura comandos e rompe tratativas nucleares
Horas depois do bombardeio, Teerã anunciou os novos nomes que vão ocupar os cargos dos generais mortos. Ahmad Vahidi, ex-ministro da Defesa e do Interior, assumiu interinamente o comando da Guarda Revolucionária no lugar de Hossein Salami.
Habibollah Sayyari, ex-chefe da Marinha, entrou na vaga de Mohammad Bagheri no Estado-Maior das Forças Armadas.
No campo diplomático, o Irã cancelou a reunião prevista com o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, que ocorreria no domingo em Omã.
Líderes iranianos afirmaram que não darão continuidade ao diálogo sobre o programa nuclear, que já enfrentava imes. Apesar disso, uma autoridade norte-americana declarou à imprensa a Casa Branca “ainda espera ter conversas”.
Irã mantém programa nuclear e acusa Israel de covardia
Em pronunciamento, o regime iraniano reafirmou o compromisso com o enriquecimento de urânio e com o desenvolvimento de mísseis.
Segundo nota oficial, os ataques “comprovam o direito do Irã à tecnologia nuclear” e revelam o temor de Israel diante do avanço diplomático e científico da república islâmica. O presidente Masoud Pezeshkian também condenou a ação e acusou Israel de tentar sabotar o processo de negociações em curso.
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“A covarde operação noturna, enquanto o processo diplomático sobre a questão nuclear do Irã estava em andamento, é um sinal do medo deste regime do poder de persuasão e defesa do Irã para o mundo”, disse Pezeshkian.
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