Uma equipe de especialistas analisou ossos que provavelmente eram de Ludwig van Beethoven (1770 – 1827). Os fragmentos foram doados pelo empresário norte-americano Paul Kaufman para a Universidade de Medicina de Viena, na Áustria, país onde o compositor clássico morreu.
“Seu lugar é aqui, em Viena”, disse Kaufman, durante uma entrevista coletiva na quinta-feira 20. Ele herdou os ossos em 1990, que estavam dentro de um cofre de um banco na Costa Azul sa. “Havia muitos tesouros, incluindo a caixa com a inscrição ‘Beethoven’ na superfície,” acrescentou o empresário.
“Esse também era o desejo de Beethoven”, afirmou o médico-legista Christian Reiter. “Não se trata de conservar uma relíquia em uma caixa.”
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Depois de os cientistas analisarem a autenticidade dos ossos, cujos resultados vão ser publicados em cerca de dez meses, eles irão realizar investigações para descobrir mais acerca da causa das diversas patologias sofridas pelo compositor — a surdez está entre elas.
Possíveis ossos de Beethoven aram por gerações
Os pedaços de osso estavam com o ancestral do empresário, Franz Romeo Seligmann, um médico vienense que participou da exumação do esqueleto do compositor, em 1863, para fins científicos. Depois, esses restos mortais aram por diversas gerações, e até mesmo mudou de país, quando a família fugiu do nazismo na Alemanha.
Esses fragmentos haviam sido examinados em 2005, nos Estados Unidos. À época, os cientistas acreditavam que o compositor teria sido vítima de envenenamento por chumbo, o que explicaria seus problemas digestivos.
No tempo de Beethoven, as pessoas geralmente bebiam em copos feitos desse metal, e o chumbo e o mercúrio eram frequentemente usados em tratamentos médicos.
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Em março, foi publicado um estudo baseado na análise do DNA do cabelo de Beethoven, que revelou uma forte predisposição a doenças hepáticas, além de uma infecção de hepatite B no fim da vida do músico. Mas, os pesquisadores ainda não sabiam as causas de sua surdez progressiva.
Em 1802, em uma carta dirigida aos seus irmãos, Beethoven explicou que queria que sua doença fosse descrita depois de sua morte e tornada pública. Mas, dois séculos depois, as causas de sua morte continuam envoltas em mistério.
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