Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo sobre um cessar-fogo marítimo e energético, anunciou a Casa Branca nesta terça-feira, 25. Os tratados, negociados separadamente por Washington com Moscou e Kiev, preveem a suspensão de ataques a embarcações no Mar Negro e a alvos como estações de geração de energia.
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Dois comunicados divulgados no site oficial da Casa Branca detalham os acordos firmados entre EUA e Ucrânia e entre EUA e Rússia. Entre as medidas incluídas, estão garantias para a circulação livre de navios no Mar Negro e a interrupção de ofensivas contra infraestruturas energéticas em ambos os territórios.
Também foram definidas concessões para cada nação. No caso da Rússia, os EUA prometeram auxiliar na retomada do o ao mercado de fertilizantes agrícolas. Para a Ucrânia, foi estabelecido que os norte-americanos contribuirão para a troca de prisioneiros de guerra e a libertação de civis detidos.
Pontos acordados com Rússia e Ucrânia
Rússia
- EUA e Rússia garantem a segurança da navegação, eliminam o uso de força e impedem que navios comerciais sejam empregados para fins militares no Mar Negro;
- EUA auxiliarão a Rússia na retomada do comércio de fertilizantes agrícolas, reduzirão tributos marítimos e ampliarão o o a portos e ao sistema de pagamentos para essas transações;
- EUA e Rússia concordaram em desenvolver diretrizes para assegurar o compromisso firmado entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, proibindo ataques contra instalações energéticas na Rússia e na Ucrânia;
- EUA e Rússia aceitarão esforços diplomáticos de outros países que apoiem os acordos marítimo e energético;
- EUA e Rússia continuarão colaborando para garantir uma paz duradoura.
Ucrânia
- EUA e Ucrânia asseguram a segurança da navegação, eliminam o uso de força e evitam que embarcações comerciais sejam empregadas para fins militares no Mar Negro;
- EUA e Ucrânia estabelecem que os norte-americanos permanecerão empenhados em viabilizar trocas de prisioneiros de guerra, a libertação de civis detidos e o retorno de crianças deslocadas à força para a Ucrânia;
- EUA e Ucrânia acertaram medidas para assegurar o pacto entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que proíbe ataques contra instalações energéticas na Rússia e na Ucrânia;
- EUA e Ucrânia aceitarão iniciativas diplomáticas de outros países que apoiem os acordos marítimo e energético;
- EUA e Ucrânia seguirão trabalhando pela construção de uma paz duradoura.
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O cessar-fogo foi alcançado depois de dias de intensas negociações entre os Estados Unidos e representantes da Rússia e da Ucrânia.
Os acordos foram negociados separadamente entre as partes em Riad, capital da Arábia Saudita, como parte do esforço de Trump para encerrar o conflito, que já se estende por mais de três anos.
No domingo 23, representantes ucranianos e norte-americanos se reuniram para discutir a proteção de infraestruturas estratégicas e instalações de energia. Zelensky considerou as conversas “úteis” e afirmou que sua equipe tem adotado uma abordagem “construtiva”. Entretanto, condicionou o avanço das tratativas à suspensão dos ataques por parte da Rússia.
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Na segunda-feira 24, foi a vez de representantes russos se encontrarem com membros do governo dos EUA para tratar da livre circulação de embarcações no Mar Negro.
Trump elogiou a postura de Putin durante as negociações e declarou que a situação do conflito está “relativamente sob controle”.
O governo russo condicionou o cessar-fogo marítimo à remoção de sanções impostas pelos EUA ao país. Em um comunicado divulgado nesta terça-feira, 25, o Kremlin anunciou que aceitou implementar a chamada “iniciativa do Mar Negro” depois de negociações com autoridades norte-americanas.
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No entanto, estabeleceu como requisito que os EUA suspendam sanções contra o Rosselkhozbank, banco agrícola russo, além de restrições aplicadas a empresas produtoras e exportadoras de alimentos e fertilizantes, à manutenção de portos e à circulação de embarcações russas.
As condições propostas pela Rússia foram aceitas pelos Estados Unidos.
Em um comunicado divulgado pelo Telegram, o Kremlin confirmou a trégua e informou que a medida terá validade de 30 dias a partir de 18 de março, podendo ser prorrogada mediante consenso entre as partes.