Entraram em vigor à 1h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira, 4, as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e o alumínio. O presidente Donald Trump assinou a ordem executiva na véspera, uma semana depois de um tribunal declarar ilegal a maioria das tarifas anteriormente impostas.
Essas novas tarifas dobram os 25% estabelecidos no começo do ano pelo próprio presidente, o que intensifica a ofensiva dos EUA no comércio global. No entanto, as alíquotas sobre aço e alumínio para o Reino Unido continuarão em 25%, uma exceção garantida por um acordo comercial firmado entre Londres e Washington em maio.
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Na última segunda-feira, 2, Trump afirmou que as tarifas são essenciais para evitar práticas de dumping por parte de produtores estrangeiros, o que, segundo ele, representa uma ameaça à segurança nacional.
President Trump just signed a proclamation raising tariffs on steel and aluminum imports by 50% to protect U.S. steel and national security.🇺🇸
— The White House (@WhiteHouse) June 3, 2025
THE GOLDEN AGE IS HERE! pic.twitter.com/TP32u0M4dR
“O aumento das tarifas combaterá de forma mais eficaz os países estrangeiros que continuam a descarregar aço e alumínio excedentes e de baixo custo no mercado norte-americano, prejudicando assim a competitividade das indústrias de aço e alumínio dos Estados Unidos”, escreveu Trump na ordem.
As tarifas adicionais reforçam o esforço do presidente norte-americano em reconfigurar o comércio internacional, mesmo com parte de sua agenda comercial ainda em meio a entraves jurídicos. Na semana ada, um tribunal determinou que Trump não tinha a autoridade necessária para aplicar as tarifas mais amplas estabelecidas no “Dia da Libertação”, em vigor desde 2 de abril.
A decisão, entretanto, além de ter sido suspensa por uma Corte de Apelação, não impacta tarifas setoriais específicas, como as de aço e alumínio, que se baseiam em outro arcabouço legal, conforme apurado pelo jornal britânico Financial Times.
.@POTUS sealed the deal to save U.S. Steel—and delivered for American Workers 🇺🇸 pic.twitter.com/nBDBOeXmgf
— Secretary Lori Chavez-DeRemer (@SecretaryLCD) May 31, 2025
Reino Unido faz acordo para escapar da nova tarifa de Trump
Em maio, o Reino Unido se tornou o primeiro país a firmar um acordo comercial com a Casa Branca. Ainda assim, o presidente sinalizou que poderá aplicar a tarifa de 50% também aos britânicos, caso o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, conclua que a ilha não cumpriu aspectos relevantes do pacto até 9 de julho.
Trump havia antecipado a decisão em um comício realizado em uma siderúrgica na Pensilvânia, onde prometeu erguer uma “cerca” para proteger a indústria metalúrgica norte-americana, com o bloqueio de concorrentes estrangeiros.
“Isso significa que ninguém vai conseguir roubar a indústria de vocês”, disse Trump a uma multidão de metalúrgicos na última sexta-feira, 30. “Com 25%, eles conseguem, de certa forma, pular essa cerca. Com 50%, eles não conseguem mais.”
A decisão foi imediatamente criticada pelo Canadá, principal fornecedor de aço e alumínio aos EUA. Representantes da indústria canadense alertaram para possíveis “rupturas em massa” e perdas “catastróficas” de empregos.
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