A Volkswagen AG anunciou sua decisão de encerrar operações na região de Xinjiang, na China, em resposta a pressões de investidores e alegações de violações de direitos humanos. Entre os problemas do local, estão trabalho forçado em massa em campos de detenção e perseguição a muçulmanos.
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O gigante automotivo alemão, em parceria com a Saic Motor, venderá sua fábrica em Urumqi para a estatal Shanghai Lingang Economic Development. Apesar da informação, as empresas não detalharam os acordos financeiros firmados.
Essa decisão ocorre em meio a crescentes preocupações internacionais sobre o uso de trabalho forçado em Xinjiang, especialmente com exploração de muçulmanos, como os uigures.
Enquanto países como os Estados Unidos levantaram tais acusações, o governo chinês nega essas práticas. De acordo com Pequim, suas políticas visam a melhorar as condições de vida das minorias étnicas.
A Volkswagen no mercado da China

Em resposta a essas pressões, a Volkswagen optou por estender sua colaboração com a Saic até 2040, num reforço de sua estratégia de longo prazo no mercado chinês. A montadora enfrenta desafios significativos na China, onde marcas locais, como a BYD, têm ganhado força no mercado automotivo.
Para manter sua competitividade, a Saic Volkswagen planeja lançar 18 novos modelos até 2030, com oito veículos elétricos.
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A instalação de Urumqi, que emprega 175 trabalhadores, não fabrica veículos, mas realiza verificações finais de qualidade antes de enviá-los às concessionárias locais. Além disso, a Volkswagen venderá pistas de teste em Turpan e Anting para a mesma compradora, a Shanghai Lingang Economic Development.
No final de 2023, auditorias independentes não encontraram evidências de trabalho forçado nas operações da t venture em Xinjiang. No entanto, novos relatórios surgiram em fevereiro, com fotos de trabalhadores uigures com uniformes militares chineses, o que levou a Volkswagen a reavaliar sua presença na região.