O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu na manhã desta quarta-feira, 28, com banqueiros para discutir medidas alternativas ao decreto que estabeleceu o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Segundo o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, os banqueiros informaram ao governo como o aumento do IOF “impacta as operações do mercado de crédito brasileiro de maneira legítima”.
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Durigan afirmou que a pasta está “sensível” e “aberta a esse diálogo” para encontrar alternativas de arrecadação. “Nós vamos nos debruçar sobre as alternativas”, declarou.
“A gente tem feito várias conversas com vários setores, vários interessados dentro do governo, do Congresso Nacional”, disse. “Todos estão sempre muito dispostos a atender nas nossas premissas se a gente fizer as revisões e os estudos necessários”
Entre os banqueiros presentes na reunião estavam:
- Isaac Sidney — presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban);
- Milton Maluhy Filho — presidente representando Itaú Unibanco;
- Marcelo Noronha — presidente representando Bradesco;
- Mario Leão — presidente representando Santander Brasil;
- Roberto Sallouti — representante do BTG Pactual.
“A Febraban apresentou hoje, de forma legítima, racional e detalhada, os impactos das medidas sobre o setor”, explicou Durigan. “Discutimos alternativas sugeridas pela própria entidade e também outras propostas que trouxemos para o debate. É natural que esse diálogo avance, especialmente sobre possíveis substituições a pontos específicos do ajuste no IOF. A reunião foi parte desse processo contínuo de discussão, em que buscamos compreender melhor as opções disponíveis antes de tomar uma decisão final.”

IOF no Congresso
O Congresso Nacional reagiu com rapidez contra o decreto do governo Lula anunciado na quinta-feira ada 22, o qual estabeleceu as mudanças no IOF. Em menos de uma semana, parlamentares já protocolaram cerca de 20 propostas com o objetivo de sustar total ou parcialmente os efeitos do Decreto nº 12.466/2025, que elevou a carga tributária sobre diversas operações financeiras.
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O ponto mais sensível da medida recaiu sobre o aumento do IOF em transações de crédito, câmbio e previdência privada. A repercussão negativa do mercado levou o governo a recuar, no mesmo dia, de uma das alterações mais criticadas: a que previa a cobrança de IOF sobre aplicações de fundos de investidores brasileiros no exterior. A proposta foi retirada poucas horas depois da sua publicação oficial.
Apesar do recuo parcial, outras mudanças continuam em vigor, incluindo o aumento da alíquota para compra de moeda estrangeira em espécie por pessoas físicas e para remessas de dinheiro ao exterior — medidas que afetam diretamente consumidores, turistas e empresas com atuação internacional.
A indefinição sobre o futuro do decreto ainda paira sobre Brasília. No Congresso, lideranças da oposição e até parlamentares da base aliada pressionam o governo a rever integralmente o pacote.
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