A defesa do coronel Jorge Eduardo Naime afirmou que o também réu no Supremo Tribunal Federal (STF), coronel Paulo José Bezerra, tenta “enganar o Supremo” para isentar a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) pelas decisões tomadas antes do 8 de janeiro.
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Segundo a defesa de Naime, Paulo José e o então subcomandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, foram os responsáveis por colocar a tropa apenas de sobreaviso, e não de prontidão. A defesa sustenta que essa decisão não ou por Naime.
“Paulo José e Klepter tomaram a decisão de colocar as tropas sobreaviso”, diz o advogado Bruno Jordano. “Isso não ou pelo Naime.”
A acusação de Paulo José de que Naime teria esvaziado propositadamente o Departamento Operacional da PMDF (DOP) é negada com base nos documentos do processo.
Ajustes na tropa antes do 8 de janeiro
A defesa afirma que os afastamentos foram autorizados por Klepter, que tinha competência para isso.
“Não há qualquer documento que comprove que Naime autorizou férias”, afirma a defesa. “O que existe nos autos são registros assinados pelo chefe do DOP, coronel Alcenor, com aval de Klepter. Vários coronéis já estavam de férias antes da ordem de suspensão ser publicada.”
Conversas extraídas do processo mostram que Paulo José e Klepter discutiram as escalas e licenças nos dias antes do 8 de janeiro. Naime não participou das decisões operacionais.

A defesa diz que o objetivo da nota enviada é “desmascarar os verdadeiros responsáveis” e revelar o que chama de “manipulação processual nos bastidores da PMDF”.
Jordano afirmou ainda que “o efetivo que estava à disposição no início de janeiro, sob o Coronel Paulo José, era o mesmo utilizado sob o comando de Naime durante o mês de dezembro”.
Segundo o advogado, a tropa, quando liderada por Naime atuou na posse presidencial de 2023. “Evento de altíssima complexidade operacional”, destacou Jordano. “Conduzido com absoluto sucesso e sem falhas, pelo Coronel Naime.”

Naime responde no STF por acusações como tentativa de golpe, omissão e dano ao patrimônio público. Foi preso em fevereiro de 2023 e está em liberdade provisória desde fevereiro de 2024, por decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ele segue proibido de deixar o Distrito Federal e usa tornozeleira eletrônica.
O advogado de Paulo José, Nilson Franco Júnior, preferiu não comentar e disse que responde apenas nos autos.
Eu não concordo com a forma como foi editado o chamado desta notícia. Parece que já há um julgamento de culpabilidade!