Os Estados que podem perder vagas na Câmara dos Deputados, depois do ajuste do número de congressistas conforme o Censo de 2022, receberam R$ 1 bilhão em emendas no ano ado. Os dados foram obtidos no Portal da Transparência na última quinta-feira, 27.
Embora haja também rees de senadores, eles não foram considerados no levantamento feito pelo portal Poder360.
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Em agosto de 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a distribuição das cadeiras na Câmara deve ser proporcional à população de cada Estado, conforme o Censo de 2022. A Câmara tem até 30 de junho para fazer o ajuste, ou o Tribunal Superior Eleitoral vai assumir a tarefa.

A decisão do STF foi unânime, no contexto de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelo governo do Pará, Estado que seria favorecido com mais cadeiras. O ajuste terá que ser feito por meio de lei complementar. Caso a revisão siga os dados do Censo, sete Estados perderão 14 deputados, enquanto outros sete ganharão o mesmo número, em função das variações populacionais, sem alterar o total de vagas na Câmara.
O Rio de Janeiro seria o mais afetado, com menos quatro cadeiras, e aria de 46 para 42 deputados, embora ainda se mantenha como a terceira maior bancada, atrás de São Paulo (70) e Minas Gerais (53). Bahia, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul perderiam duas cadeiras cada, enquanto Alagoas e Pernambuco perderiam uma cadeira cada.
Dos R$ 1,07 bilhão em emendas destinadas a esses Estados, o Rio de Janeiro recebeu R$ 357,7 milhões (33,4%) e a Bahia, que aria de 39 para 37 deputados, recebeu R$ 326 milhões (30,4%).

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse, em entrevista à rádio Arapuan FM, que vai tentar negociar com o STF para que as bancadas dos Estados afetados não sejam prejudicadas. Ele busca uma solução que apenas aumente o número de deputados nas unidades federativas com crescimento populacional.
O Estado de Motta, a Paraíba, é um dos que perderiam vagas. A indicação é de que a proposta de aumento sem redução dos Estados que perderam habitantes seja uma prioridade do deputado depois do recesso de Carnaval.
A Câmara vai retomar as atividades em 11 de março. Se a ideia de Motta for aceita, o número de deputados federais ará de 513 para 527, já que não haveria o ajuste para os Estados com população em queda. Esses Estados receberam R$ 955 milhões em emendas.

Deputado de SC é contra aumento do número de deputados na Câmara
O deputado Rafael Pezenti (MDB-SC) é autor do Projeto de Lei Complementar (PLP) que propõe a redistribuição das cadeiras conforme o Censo de 2022. O texto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e avançou em 2024, quando o colegiado era presidido pela deputada catarinense Carol de Toni (PL-SC). O andamento, agora, depende da definição do novo presidente.
Pezenti, que defende o ganho de quatro cadeiras para Santa Catarina, é contra a proposta de Motta. Ele argumenta que a proporcionalidade da Câmara seria prejudicada. “É um absurdo, um tapa na cara do brasileiro”, disse o deputado. “Ele quer consultar o STF, mas tem de consultar a população. Quem paga a conta é a população. Nós já somos 513, será que o povo concorda em colocar mais 14 vagas na Câmara">Uma publicação compartilhada por Pezenti (@deputadopezenti)