Gleisi tenta se firmar como ponte entre Lula e Congresso

Um mês depois de assumir a Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann tenta consolidar uma imagem diferente da que construiu como presidente do Partido dos Trabalhadores (PT). O jornal O Estado de S. Paulo divulgou as informações.

Embora ainda adote tom agressivo contra adversários nas redes sociais, a ministra tem buscado respaldo no Congresso Nacional com uma postura mais pragmática. A mudança de estilo não ou despercebida entre líderes partidários.

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Interlocutores ouvidos pelo Estadão avaliam que a petista ou a ser vista como alguém com trânsito livre no Planalto e capacidade de cumprir compromissos. Essa combinação é considerada valiosa por parlamentares do centrão, que valorizam objetividade e previsibilidade nas negociações.

Deputados dizem que a diferença entre Gleisi e seu antecessor, Alexandre Padilha, é notável. Ele adotava um estilo cordial, mas tomava decisões com lentidão e gerava ruídos dentro do governo. Gleisi, em contrapartida, adota discurso direto e tem recebido congressistas com frequência.

Gleisi gera ruídos ao promover o “empréstimo de Lula”

Nem tudo, porém, tem fluído sem ruídos. Ela provocou desconforto no governo ao promover o “empréstimo do Lula” em vídeo nas redes sociais, vinculado ao programa Crédito do Trabalhador. A publicação foi deletada depois de críticas sobre falta de impessoalidade. O partido Novo recorreu ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Apesar do esforço para suavizar a imagem, a ministra segue atacando governadores adversários, especialmente pelas redes. No entanto, cessou as críticas ao Banco Central desde a nomeação de Gabriel Galípolo, aliado do governo, para o comando da instituição.

Um dos pontos centrais da atuação de Gleisi é sua aliança com Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara. Ela foi peça-chave no apoio do PT à candidatura do paraibano à sucessão de Arthur Lira. Em troca, o partido vislumbra uma vaga no TCU como parte do acordo político.