Durante visita oficial à França nesta quinta-feira, 5, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a atuação de Israel em Gaza, classificando as ações militares como um “genocídio premeditado”.
Lula fez as declarações ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, em coletiva de imprensa em Paris.
Lula afirmou que as operações israelenses representam “um genocídio premeditado de um governante de extrema direita que está fazendo uma guerra, inclusive, contra os interesses do seu próprio povo” . Ele não mencionou diretamente o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Lula cobra ação internacional

Para Lula, os incidentes em Gaza são “um massacre de civis”. Ele ainda disse que a situação não é uma guerra, “mas um genocídio promovido por um Exército altamente preparado contra mulheres e crianças”.
Lula também cobrou uma reação mais firme da comunidade internacional contra a ofensiva israelense e lamentou o silêncio global diante do que chamou de “genocídio”.
Além disso, defendeu novamente a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, sugerindo a inclusão de países como Alemanha, Japão e Índia. Segundo o presidente, a ONU precisa atualizar seu papel e garantir o respeito às fronteiras definidas em 1967, depois da Guerra dos Seis Dias.
Críticas anteriores e impacto diplomático
Nos últimos dias, Lula endureceu o tom das críticas diante da crise humanitária em Gaza, agravada depois de semanas de bloqueio imposto por Israel, que argumenta que a ajuda humanitária seria desviada por membros do Hamas. O presidente voltou a chamar o conflito de genocídio, como já havia feito desde fevereiro de 2024.
Naquele mês, durante visita à Etiópia, Lula comparou a ofensiva israelense à perseguição dos judeus na Segunda Guerra Mundial, o que gerou forte reação do governo de Israel. O então embaixador brasileiro em Tel-Aviv, Frederico Meyer, foi chamado para um protesto oficial no Yad Vashem, e o então chanceler e atual ministro da Defesa, Israel Katz, declarou Lula persona non grata.
Depois do episódio, o Planalto retirou seu embaixador de Tel-Aviv e não nomeou um substituto, deixando a missão brasileira em Israel sem chefe diplomático. Também segue bloqueada a autorização para que Israel indique um novo embaixador em Brasília.
Com isso, as relações entre os dois países são mantidas apenas por um encarregado de negócios, com status inferior ao de embaixador.
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