A ministra Vera Lúcia Santana, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), relatou ter sido vítima de racismo durante um evento promovido pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O caso ocorreu na última sexta-feira, 16, em Brasília. Ela afirmou que vai recorrer à Justiça para denunciar o caso.
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Segundo Vera Lúcia, funcionários do prédio onde o seminário sobre ética no serviço público ocorria barraram sua entrada. Mesmo ao se apresentar e mostrar a carteira funcional de ministra, as recepcionistas alegaram que o nome não constava na lista e se recusaram a conferir o documento.
Intervenção da equipe de apoio
A magistrada disse que, ao afirmar que havia sido convidada, as funcionárias acionaram um segurança, que também se recusou a ver a identificação. Somente depois da intervenção de uma pessoa da equipe de apoio, Vera Lúcia conseguiu entrar no local. De acordo com ela, apenas terceirizados do edifício participaram da situação.
“Nenhuma pegou a carteira para ver nada, e uma delas disse que eu deveria ligar para organização”, afirmou Vera Lúcia ao jornal Folha de S.Paulo. “É uma humilhação, porque é um desprezo que conduz a uma situação de indignidade pessoal.”
Cármen Lúcia defende a ministra do TSE
Durante sessão do TSE nesta quarta-feira, 20, a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, comunicou publicamente o ocorrido. A magistrada informou que o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, responsável pelo espaço, prometeu apurar o caso. Ele também encaminhou um ofício em que manifesta solidariedade a Vera Lúcia e ao tribunal.

A Comissão de Ética da Presidência da República divulgou uma nota em que se solidariza com a ministra pelo “constrangimento a que foi submetida”. Contudo, o órgão informou que não tem responsabilidade istrativa sobre o prédio, onde funcionam órgãos como a AGU e outras instituições.
“Diante da gravidade do relato, a Comissão de Ética está colaborando com a AGU na adoção das providências cabíveis”, informou o órgão em nota.