A pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o líder do PL na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), redigiu um texto alternativo ao projeto de anistia que chegou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no ano ado.
A nova redação perdoa os envolvidos no 8 de janeiro e limita o benefício aos manifestantes. Além disso, reconhece que os atos “resultaram em depredação de patrimônio público e privado”.

Ainda que conceda o perdão penal, o projeto preserva a responsabilização civil dos participantes da manifestação. Na prática, os condenados continuam obrigados a reparar os prejuízos. Dessa forma, a União, o Distrito Federal ou os entes lesados poderão cobrar os valores, conforme a titularidade dos bens atingidos.
O texto se apoia no Código de Processo Penal e no Código Civil. A manobra de Motta, ao pedir a minuta alternativa, busca um meio-termo: acena para a oposição e evita confronto com o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal.
“Motta tenta ganhar tempo”, diz Sóstenes
Nos bastidores, Sóstenes vê a movimentação como tentativa de adiar decisões.
“Motta pediu que eu elaborasse o texto”, disse o líder o PL. “Ele ficou de também preparar uma minuta, um outro texto, mas ainda não tive o. Segundo ele, foi apresentada ao presidente Bolsonaro.”
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Por enquanto, o deputado afirmou que ainda não sabe qual foi a reação do ex-presidente Jair Bolsonaro ao conteúdo. A avaliação de Sóstenes Cavalcante é direta: Motta tenta “ganhar tempo” e manter a oposição sob controle. “Mas não conseguirá”, afirmou.
O texto de Alcolumbre
Além disso, o líder do PL rejeita a proposta articulada por Davi Alcolumbre (União-AP), discutida com o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), na última semana. “Rejeitei de pronto”, afirmou o deputado. “Esse texto não me foi apresentado.”
Todos um bando de frouxos e corruptos é liberar o processo de cassação do Careca e colocá-lo na rua e se os outros quiserem reagir cassa mais dois o beiçola e a boneca. Pronto acabou o problema e porque não fazem isso? Por que um é um frouxo e tem complicações de roubo na família e o outro é um corrupto notório.
Sóstenes Cavalcante sabe que está sendo enrolado pelo frágil “hugo motta”, mas não diz , nem faz, nada. Reaja deputado! É atualíssima a assertiva do Almirante Barroso:
“O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever”
O fato de desejar uma proposta para “agradar” a um lado e não “irritar” o outro demonstra a falta de compromisso com a independência do cargo e da Casa onde trabalha. Mas é apenas um ponto de vista.
A POLÍTICA COMO ESPETÁCULO – A FARSA DA DISPUTA “DIREITA X ESQUERDA” NO BRASIL
Após mais de quarenta anos da propalada “democracia”, a política brasileira, infelizmente, é reduzida a um espetáculo que distrai a sociedade enquanto perpetua um sistema desigual. A chamada “democracia” falhou e a disputa mesquinha de grupos privilegiados venceu.
Enquanto os verdadeiros patrões (donos do dinheiro) ditam as regras, políticos sem compromisso com o Brasil ou com o povo encenam uma falsa polarização entre “situação” e “oposição”, criando uma narrativa de conflito que, na realidade, serve apenas para manter a audiência e desviar o debate de temas estruturais.
Essa dinâmica, amplificada pela imprensa e pelas redes sociais, assemelha-se a um reality show: há discursos inflamados, personagens caricatos e dramas fabricados, mas pouca substância para resolver problemas como a concentração de renda, o pagamento de juros a especuladores ou a degradação dos serviços públicos.
A posse de Gleisi Hoffmann no Ministério da Casa Civil ilustrou como até mesmo temas sérios são reduzidos a entretenimento. Governo e oposição alimentam temas artificialmente inseridos como uma isca para sufocar o necessário debate sobre causas relevantes.
Tudo devidamente pensado para que ninguém fale sobre um país parado por este governo débil, que não consegue sequer a aprovação de um orçamento, e uma oposição (a quem?) que quando exige pressa, o faz apenas para a aprovação de pautas contra o povo e o país. Um circo!
A “bola da vez” é o “debate” sobre as calculadas declarações “xenófobas” contra cearenses e as frases “misóginas” direcionadas à própria ministra, proferidas por Lula. Armadilhas como estas alimentam a falsa disputa e rapidamente foram convertidas em memes e debates acalorados na imprensa e nas redes.
Em vez de questionar a falta de compromisso ético ou as políticas públicas negligenciadas, a sociedade debate como zumbis o superficial “tom” das falas ou a reação de figuras políticas sobre temas secundários.
É o panem et circenses moderno: enquanto a população se distrai com a encenação, os verdadeiros interesses — como a auditoria da dívida pública, a invasão da justiça na política, a perda da soberania nacional, segurança pública em crise, educação sucateada, a escravidão do povo (através da perda de direitos trabalhistas e sociais), a regulação das redes sociais e a reversão das privatizações que entregam patrimônio nacional — seguem intocados.
A imprensa, por sua vez, reforça esse ciclo ao priorizar o sensacionalismo em detrimento da análise crítica. A cobertura midiática, muitas vezes, reduz a política a uma sucessão de escândalos individuais, ignorando contextos históricos e conexões sistêmicas.
Assim, figuras políticas, mesmo quando expostas por corrupção ou incoerência, mantêm-se relevantes ao alimentar o ciclo de polêmicas inúteis.
O resultado é uma sociedade anestesiada, que confunde entretenimento com engajamento e não percebe que o fosso entre ricos e pobres se aprofunda sob o manto da “disputa ideológica”.
Enquanto isso, a chamada democracia brasileira segue fragilizada por líderes que usam o poder para a proteção de grupos de interesse. Ainda sobra espaço também para a autopromoção. Nada é feito para um país melhor e uma sociedade menos desigual.
Os mais atentos sabem que a falsa oposição e a falsa situação são dois lados da mesma moeda: uma elite que, independentemente de ideologia, prioriza o pagamento de juros a credores ou patrões internacionais em detrimento de investimentos sociais.
Por tudo isso, é urgente que a sociedade brasileira desperte para a diferença entre espetáculo e política. Sem questionar a narrativa artificial que domina o debate público, continuaremos sendo meros espectadores de uma peça cujo desfecho já está escrito: mais desigualdade, mais exclusão e menos esperança.
A “democracia” é uma graça, uma “demogracinha”.
Enquanto estiver preocupado em agradar o STF – que não pode deliberar sobre anistia, por se tratar de uma prerrogativa constitucional do Congresso -, não estará respeitando a liberdade e a inocência das pessoas que sofrem a perseguição política. Nem cabe anistia. Neste caso cabe a anulação de todos os processos, indenização das vítimas e julgamento e prisão dos membros do STF por desrespeitar a constituição federal, invasão de prerrogativas institucionais e abuso de poder. Depois de tudo isso, ainda sobra esta lacuna na vida das pessoas, que indenização nenhuma paga.
Estão destruindo as vidas dessas pessoas, presas e condenadas na mais absoluta falta de critério. Imagino o grau de tristeza que se apossa delas a cada dia sem solução à vista. Desesperador!