A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu a prisão preventiva do delegado Allan Turnowski, ex-secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro. Em setembro de 2022, o ministro Kassio Nunes Marques havia concedido liminar que o colocou em liberdade.
Réu por organização criminosa, Turnowski teria envolvimento com o jogo do bicho. O Ministério Público (MP) do Estado do Rio de Janeiro afirma que ele agia como agente duplo em favor dos bicheiros Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio, morto em 2020, e que recebia propina.
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De acordo com a denúncia, o delegado também teria se envolvido em um suposto plano para matar Andrade, que não se concluiu.
A prisão do ex-secretário ocorreu em setembro de 2022, por agentes do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. Um mês antes, Turnowski gravou vídeo em que dizia ser vítima de perseguição política.
Ele foi candidato a deputado federal pelo PL. No entanto, Turnowski deixou a cadeia poucos dias antes do pleito e não conseguiu se eleger. No total, recebeu pouco mais de 18 mil votos.
A promotoria alega que ele reava informações obtidas com aliados de Andrade para o grupo rival. A acusação se baseia em mensagens atribuídas ao delegado Maurício Demétrio, segundo as quais Turnowski tinha conhecimento do plano criminoso.
Defesa diz que vai pedir novo habeas corpus ao STF
A defesa anunciou que vai recorrer da decisão. Em nota, afirmou que “vai interpor embargos de declaração no próprio STF e novo habeas corpus”.
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“Alguns temas foram omitidos, especialmente o fato de o processo estar paralisado há quase um ano em diligência requerida pelo Ministério Público”, argumentou o advogado Daniel Bialski. “E, o mais importante, todas as medidas alternativas foram cumpridas na integralidade, inocorrendo qualquer incidente.”

O delegado foi chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, no governo Sérgio Cabral. Depois, Turnowski reassumiu a chefia da corporação em setembro de 2020, durante o governo Cláudio Castro.