Na tarde de 29 de dezembro, um domingo, folheava a edição impressa de outro jornalão reduzido a nanico quando colidi com o palavrório que ocupava quase uma página e meia da Folha Ilustrada. “MOSCOU ILUMINADA ESPERA POR 2025”, informava a manchete com o endosso do subtítulo: “Apesar da guerra contra a Ucrânia iniciada em 2022, a vida segue praticamente inalterada”. Meu espanto foi abrandado pela dupla que relatava o milagre: Mônica Bergamo e Serguei Monin. (Não conheço Serguei, que se apresenta nas redes sociais como correspondente do site Brasil de Fato na Rússia, nas rodas de choro e nos blocos. Ela conheço bem — mais do que desejaria.)
Redatores de notas curtas não sabem escrever textos corridos. Previsivelmente, o que se vê é um desfile desconexo de parágrafos mal-ajambrados e separados por estrelinhas. É preciso chegar ao quinto para saber que “a coluna foi a Moscou em novembro para entrevistar Dimitri Peskov, porta-voz de Vladimir Putin há duas décadas, e percorreu a metrópole”. Colunas não viajam. São homens e mulheres que embarcam em aviões e se hospedam em hotéis. Serguei mora na Rússia ou em São Paulo? Sozinha ou acompanhada, Mônica foi à Rússia a convite ou patrocinada pelo próprio jornal? Nesta hipótese, a Folha de S.Paulo merece um 10 com louvor no quesito desperdício com excursões inúteis.

Entrevistar Vladimir Putin é uma coisa. A caricatura de czar mente mais do que respira, mas um bom jornalista sabe desmascarar farsantes valendo-se apenas de perguntas. Entrevistar porta-voz é outra coisa. Quem exerce esse tipo de ofício não tem opinião pessoal e jamais diz o que pensa ou acha de coisa alguma. É uma voz sem direito a pensamento próprio. O texto não informa se a entrevista foi feita. O conteúdo berra que Mônica virou porta-voz do porta-voz. “A maioria dos brasileiros que sabem que uma pessoa vive em Moscou, ou que visitou a cidade, pergunta antes de mais nada como anda a vida por lá, imaginando que, por causa da guerra, ela é sombria”, afirma o palavrório de abertura antes de estacionar numa estrelinha.
O segundo parágrafo agrupa perguntas: “As ruas estão desertas? As lojas e os restaurantes estão fechados? Há falta de luz, água? As prateleiras dos supermercados estão vazias? Dá para comprar macarrão, carne? Como os russos de Moscou estão vivendo? Como eles se viram sem cartão de crédito">“O ano da toga”
Uma aula de jornalismo. Acho que o atentado – mais um – às regras pétreas e básicas do jornalismo motivou a reação do Augusto Nunes. Não foi perda de tempo, foi pegar uma pulga e mostrar, mesmo num tema aparentemente “leve”, o tapete pulguento do jornalismo brasileiro. Amplas exceções confirmam o todo.
Mestre Augusto Nunes, você é genial.
Ela podia ter ficado lá !
** quanta idiotice junta!
A “coluna” da tal Mônica Bergamo viajou a Moscou separada do cérebro…
A “coluna” da tal Mônica Bergamo viajou a Moscou separada do cérebro…
A “coluna” da tal Mônica Bergamo viajou a Moscou separada do cérebro…
tenho vergonha alheia quando vejo alguns jornalistas, como essa da Globo, escrever coisas tão distantes da verdade. Será que a senhora Monica Bergamo nos acha a todos idiotas como ela?
Augusto Nunes, exemplo de jornalista à ser copiado!!
excelente artigo !
Kkkkk….oh mestre Augusto, bem que a Mônica Bérgamo poderia ler essa sua coluna, não? Com certeza ela morreria de cólera por ser desmascarada. Eu não entendo como ainda tem pessoas que dão crédito pra essa mulher idiota.
O que conheço da Rússia é através de leituras e filmes como o inesquecível Doutor Jivago estrelado por Omar Sharif. Certamente é um país de muitas tradições e culturas, mas que na política enfrenta desafios semelhantes ao brasileiro.
Folha, Uol, CNN, Globo, Brasil 247, etc são siameses nas ditaduras espalhadas pelo globo.
A dona Mônica depois de ser recebida por um funcionário do terceiro escalão para discorrer das maravilhas políticas da Rússia deveria se aposentar.
Há muito tempo deixei de a Folha exatamente por não ar esse falso jornalismo.
Você é nota mil Augusto
Você é nota mil Augusto
Caro mestre Augusto Nunes
O inconfundível ‘sniper’ do jornalismo contemporâneo brasileiro!
Ao escolher um alvo, ah!, definitivamente nunca erra a mosca. Esta vigarista mais que merece uma boa sova de desmascaramento na moral como esta publicada!
Beleza demais
Mestre Augusto Nunes. Como é bom ler você!
Folha de São Paulo rss
Só mesmo Augusto Nunes para nos proporcionar excelentes artigos e colocar em evidência a decadência infeliz que tomou conta de certos veículos da comunicação e em particular seus ditos jornalistas ando ao leitor situações controversas e que na maioria das vezes não correspondem a realidade. Lembrando: Quem mente tira a oportunidade do outro conhecer a verdade.
Augusto tu és um craque do jornalismo
Quem mandou o jornal?
Mesmo você, jornalista que deve se informar de tudo, não merece perder seu tempo.
Não dá para acreditar que a mulher teve a cara de pau de publicar isso. Moscou é quase uma Disneylândia! Um lugar aprazível! Uma Amsterdã em que se pode fumar maconha e protestar contra o regime. Ah, que cidade alegre, descontraída, livre para se declarar o voto nas próximas eleições. Vou-me embora pra Moscou.
O que esperar de M. Bérgamo, colunista de fofoca. Como um país que invadiu um vizinho imaginando que seria mamão com açúcar e lá chegando viu que o buraco era mais embaixo? E viu seu exercito e marinha ser detonado, tanto que necessita de mercenários e norte coreanos para subsistir, fora isso sua economia que nuca foi uma maravilha, baseada em petróleo sofrendo sanções. É igual o marciano que chega a Brasília que é uma bolha capital de Narnia e acha pitoresco. Acho que lá na Sibéria ou na cidade de Koprov teria uma visão mais realista da questão. Quer ter uma vaga ideia de como é o ronco da cuíca? Faça o seguinte: Coloca no Google Maps [Russia – Moscovo] , clica naquele bonequinho amarelo na parte inferior bem embaixo, vai aparecer monte de linhas azuis, siga a s linhas azuis uns 200 km de Moscou e análise. Chama a atenção como o lugar é deserto e carros de 10 a 15 anos esporadicamente trafegando, e cheque as imagens e verá que a captura do satélite é recente, e fico imaginado quem foi o camarada que permitiu o Google de transitar por lá.
Sensacional, como sempre. Parabéns, Augusto Nunes e Revista Oeste!
Mestre dos mestres. Que texto belíssimo.
Bancada com nosso dinheiro, e as gordas verbas ”publicitárias”.
O que se pode esperar de um folhetim?
Augusto Nunes, você é o grande texto do jornalismo nacional. Parabéns!
Grande mestre Augusto. Sempre certeiro nas suas críticas do consórcio da mídia prostituta bancada com grana pública. Essa Mônica é uma vergonha, péssima jornalista, assessora de imprensa petista com lugar de falar no ex jornalão!
Essa Mônica Bergamo é uma BAITA duma mau-caráter! Infelizmente tive o desprazer de conhece-la pessoalmente em São Paulo, em maio de 2012, de cara já achei ela uma mulher do Mal. Cruz-credo!