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Foto: Revista Oeste/IA
Edição 264

Já encomendou seu robô?

Dezenas de empresas estão produzindo robôs para servirem como ajudantes domésticos e companhia aos humanos

Dagomir Marquezi
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Este vídeo dá uma ideia do que pode ser a sua casa em poucos anos:

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Esse prestativo mordomo atende pelo nome de NEO Gamma e está sendo desenvolvido pela empresa 1X. Seu CEO é o norueguês Bernt Børnich e sua fábrica fica perto de Oslo. Um dos sócios acionistas é a empresa OpenAI, criadora do ChatGPT.

Aqui, outro modelo, o Helix, desenvolvido pela Figure, empresa localizada em Sunnyvale, na Califórnia. No vídeo, dois robôs dividem com extremo cuidado a tarefa de guardar as compras no lugar certo:

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Parece relativamente fácil dar uma ordem e sair para tomar um banho enquanto os Helix dão conta do recado. Mas isso envolve uma complexa tecnologia para que os robôs entendam o que devem fazer, transmitam as ordens para seus membros e identifiquem cada objeto para que seja tratado da forma adequada. Eles precisam aprender a pegar uma maçã da maneira correta para que não seja esmagada e a colocá-la na geladeira com a devida delicadeza.

Outro aspecto surpreendente dessa cena é a colaboração entre os dois Helix, coordenando suas ações de modo completamente autônomo. Eles sabem o que deve ser colocado no armário e o que deve ser guardado na geladeira.

Aprendizado visual

É só uma curiosidade? Parece que não, segundo recente matéria do New York Times. Desde 2015, US$ 7,2 bilhões já foram investidos em mais de 50 startups da área de robôs humanoides. Só em 2024, os investimentos chegaram a US$ 1,6 bilhão. E isso não leva em conta os bilhões que o empresário Elon Musk está colocando desde 2021 no robô Optimus, desenvolvido pela Tesla.

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Mas em termos de agilidade física, parece que está difícil competir com o Atlas, da Boston Dynamics. O Atlas, aliás, não compete com outros robôs em matéria de mobilidade, mas com os próprios humanos:

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A matéria do NYT revela que muitas das tarefas realizadas por esses robôs mais avançados ainda precisam de alguma assistência humana. Eles não são totalmente autônomos, e essa é uma das razões pelas quais ainda não estão no mercado.

Mas os resultados até agora impressionam. Esses robôs misturam mecanismos cada vez mais avançados de movimentos com a capacidade de aprendizado desenvolvida pelos últimos modelos de inteligência artificial.

Esses robôs aprendem visualmente. Por exemplo: para aprender a lavar um prato, eles são alimentados com muitas horas de vídeos de humanos na cozinha, fazendo o que para nós é tão simples.

A aprovação de quem poderia ter medo

Existem muitas questões a serem resolvidas. O preço de um robô tipo NEO Gamma no início vai ser parecido com o de um carro. Com a produção em série, o preço deve cair. Outra questão delicada é a da privacidade. Os robôs precisam gravar cada segundo de sua vida, e seus proprietários poderão pedir para que eles apaguem cenas indesejadas. Intervenções dos técnicos à distância só serão possíveis se os donos dos robôs autorizarem por um aplicativo.

Robôs domésticos poderão ter imensa utilidade para pessoas desabilitadas, idosos e crianças. Imagine um tetraplégico tendo a ajuda 24 horas por dia de um robô. A aprovação veio até de quem deveria estar preocupado em perder o emprego. 

“Essas ferramentas podem tornar mais fáceis alguns dos trabalhos mais extenuantes, desgastantes e perigosos — e permitir que os trabalhadores se concentrem em coisas que somente os humanos podem oferecer”, declarou ao New York Times Ai-jen Poo, presidente da National Domestic Workers Alliance, que representa as faxineiras, cuidadoras domiciliares e babás dos Estados Unidos.

De Rosie a M3GAN

A pergunta inevitável: você teria coragem de ter um robô desses em casa? Melhor ainda: você teria medo de ter um robô desses servindo um café às visitas">

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O Homem Bicentenário (1999)

Robin Williams faz o papel de Andrew, um robô modelo NDR 1-14 usado para serviços domésticos no ano de 2005. A família que o adota percebe que sua capacidade é maior do que os trabalhos que realiza. Andrew demonstra criatividade, curiosidade, amizade, mas continua sendo tratado como uma máquina sem nenhum direito. Vive 200 anos, recebe um organismo humano, se casa com a robô Portia, ganha seus direitos e morre em 2205. Baseado em um conto do escritor Isaac Asimov.

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Eu, Robô (2004)

Outra história vagamente baseada num livro de Isaac Asimov. Em 2035, robôs domésticos são um equipamento comum em qualquer residência, como geladeiras ou chuveiros. Um dos criadores aparentemente comete suicídio, mas um detetive que odeia robôs (Will Smith) desconfia de que ele tenha sido assassinado por um dos modelos, Sonny.

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Stepford Wives (1975 e 2004)

As duas versões (a primeira estrelada por Katharine Ross; a segunda, por Nicole Kidman) contam a história de um casal que se muda para um condomínio de alta classe no subúrbio. No condomínio Stepford, as mulheres se comportam de maneira extremamente submissa como perfeitas donas de casa. Sim, as mulheres são robôs nessa trama de tons feministas.

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Better Than Us (2018)

A surpreendente minissérie russa mostra a bela androide Arisa (Paulina Andreeva), que é fabricada na China mas vai parar em Moscou, onde mata um homem que tenta estuprá-la. Ela se liga à menina Sonya e a seu pai, com quem a a formar uma família. A história é ada em 2029 — daqui a quatro anos.

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M3GAN (2022)

A menina Cady (Violet McGraw) fica órfã com a morte dos seus pais num acidente. Ela ganha de uma tia especialista em robótica um modelo chamado M3GAN (Amie Donald/Jenna Davis), programado para ser uma companhia perfeita para a órfã. Mas M3GAN se revela uma protetora obsessiva e mortal de Cady. O sucesso levou a uma continuação, M3GAN 2.0, lançada neste ano.

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dagomirmarquezi.com
@dagomirmarquezi

Leia também “Deitado eternamente em terras raras”

1 comentário
  1. Fernando Barroso
    Fernando Barroso

    Eu tenho 67 anos e moro sozinho. Tomara que o mercado se apresse e crie modelos mais baratos. Assim talvez eu ainda possa me servir de um robô para as tarefas requeridas por um idoso.

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