Que o Banco Master se tornou um problema para o sistema financeiro nacional já é algo público e notório. Todavia, ninguém sabe até agora quão fundo é o buraco provocado pela instituição financeira.
Durante um evento de portas fechadas realizado nesta semana no Bradesco BBI, Rodrigo Maia (ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, CNF) declarou que “a parte podre do Banco Master será maior do que está na tela hoje”.
Maia disse que existe um “apoio ecumênico para a solução do Master”, e o BTG estaria diretamente envolvido em algum tipo de solução.
Para Maia, essa história deverá servir de lição para o Banco Central assumir que a regra do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) está errada e tem que mudar. Segundo ele, o aumento da concorrência não leva necessariamente a uma melhoria do setor bancário, e “não dá para ser banqueiro com o dinheiro dos outros”.
***
Interventor Silveira
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, estaria tentando convencer a Petrobras a baixar os preços dos combustíveis no mercado interno.
Dentre os argumentos apresentados pelo ministro à diretoria da estatal petrolífera está a perspectiva de aumento da produção de petróleo pelos países membros da Opep+.
Além disso, o petróleo está em queda no mercado internacional em razão do temor de uma recessão causada pelo “tarifaço” de Donald Trump e por retaliações de outros países.
Os preços dos combustíveis Diesel A S10 e Gasolina A praticados pela Petrobras estavam entre 4% e 5% mais elevados do que as cotações internacionais. Todavia, a extrema volatilidade dos mercados com as imposições e suspensões de impostos alfandegários teria zerado essa diferença.

***
Mais redução, por favor
Silveira também está pressionando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) para regular o método de cálculo do preço para a infraestrutura de escoamento e processamento do gás natural.
Sem a regulação, segundo o ministro, a Petrobras fica “encorajada” a fixar o preço “como bem entende”.
No fim de março, a Petrobras reduziu em 4,6% (R$ 0,17) o preço do litro do diesel vendido em suas refinarias.
Silveira, portanto, pleiteia uma nova redução em pouco mais de dez dias.
Historicamente, no entanto, a companhia é refratária a rear instabilidades internacionais ao preço de seus combustíveis.
***
Petrobras já se prepara
A Petrobras já anuncia possíveis mudanças na política de preços.
A estatal depositou na SEC (equivalente americano à Comissão de Valores Mobiliários, CVM) o Formulário 20-F. No formulário, afirmou que reajustes de preços de combustíveis continuarão sendo feitos sem periodicidade previamente definida. Evitou, assim, transferir a volatilidade conjuntural de cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio para o mercado doméstico.
No entanto, a estatal reconheceu a possibilidade de eventuais mudanças na política de preços e mesmo a adoção de iniciativas por parte do governo sobre a precificação dos derivados.
E não descarta que a istração da companhia — como a diretoria executiva ou o Conselho de istração, por exemplo — possa propor novas alterações na estratégia comercial.

***
Lá vem tarifinho
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que as tarifas deverão ter um reajuste médio de 3,5% em todo o país.
Segundo a Aneel, a previsão é que a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) disponha de R$ 41 bilhões em recursos em 2025 — o que pode contribuir para aliviar a pressão sobre as tarifas.
***
Ozempic mineiro
A dinamarquesa Novo Nordisk, produtora do famoso remédio antiobesidade Ozempic, investirá R$ 6,4 bilhões na expansão da sua fábrica em Montes Claros (MG).
A planta aumentará sua capacidade produtiva de tratamentos injetáveis para pessoas com obesidade, diabetes e outras doenças crônicas.
Além disso, serão incluídos mais processos de produção asséptica, almoxarifado e novo laboratório de controle de qualidade.
Com a expansão serão gerados 600 novos empregos. As obras já estão em curso, e as operações estão previstas para começar em 2028.
***
Mercado Livre investe no Brasil
O Mercado Livre investirá R$ 34 bilhões no Brasil em 2025.
O montante é 48% superior ao recorde do ano anterior, de R$ 23 bilhões, numa expansão que já tem ocorrido todos os anos.
O valor é bem maior que o de outras concorrentes que publicam os números. O Magazine Luiza, por exemplo, investiu R$ 730 milhões em 2024 e teve mais R$ 8,8 bilhões em despesas.
Até o fim de 2025, o Mercado Livre planeja criar cerca de 14 mil postos de trabalho no Brasil, ando de 36 mil para 50 mil funcionários.

***
Sicredi a todo vapor
A Sicredi registrou um crescimento de 32% em sua carteira de consórcios ao longo de 2024, chegando a comercializar R$ 14,8 bilhões no ano ado.
A instituição financeira cooperativa alcançou R$ 50 bilhões em créditos sob gestão no segmento.
O número de participantes ativos também cresceu 20% no período, alcançando 392 mil consorciados.
A Sicredi se posiciona como sétima maior a de consórcios do Brasil, considerando as cotas sob gestão.
***
OLX recorde
A plataforma de classificados de produtos usados OLX bateu em março o recorde de produtos anunciados em um único dia, chegando a 514 mil anúncios novos.
A média diária de publicações de usados na plataforma é de 430 mil.
O resultado foi alcançado graças a usuários que anunciam gratuitamente.
***
Menos carros em março
A produção brasileira de veículos caiu 12,6% em março na comparação com fevereiro.
Segundo dados da Anfavea, associação das montadoras, em março o total produzido foi de 190.008 unidades. Na comparação com o mesmo mês do ano ado, houve uma queda de 2,9%.
As vendas de veículos novos subiram 5,7% em março na comparação mensal e avançaram 4,2% na base anual, encerrando o trimestre com aumento de 7,2%.
***
Frango express
O mundo está demandando cada vez mais carne de frango do Brasil, e o país se confirma como o maior exportador mundial desse produto.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de março totalizaram 476 mil toneladas — um avanço de 13,8% ante o mesmo mês de 2024.
Além do volume, a receita também subiu de forma expressiva, alcançando US$ 889,9 milhões, valor 18,5% maior.
Os números foram positivos para todo o primeiro trimestre do ano. As exportações aumentaram 13,7% nesse período, chegando a quase 1,4 milhão de toneladas. A receita aumentou 20% no período.

***
Business as usual para a Embraer
A Embraer não está preocupada com as novas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Segundo o presidente-executivo da fabricante de aviões, Francisco Gomes Neto, a empresa “vai achar a forma de resolver isso, como resolveu outros problemas tão e até mais graves do que esse”.
A Embraer espera entregar neste ano entre 77 e 85 aeronaves comerciais, com um crescimento de 10% na comparação com o mesmo período do ano anterior, e cerca de 145 a 155 jatos executivos, com uma alta de 15% ano sobre ano, também com base no ponto médio.
A expectativa da fabricante é chegar a US$ 10 milhões em receitas antes de 2030. Isso exclui os eVTOLs, aeronaves elétricas de decolagem e pouso verticais desenvolvidas pela sua controlada Eve.
Leia também “2025: um ano difícil para as empresas brasileiras”
Impressionante a capacidade destas criaturas que surgem em Brasília para sugar nosso dinheiro. Vejam só onde já está alocado o Rodrigo Maia…
Excelente artigo, ótimas análises.
Excelente artigo, ótimas analises.