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Fachada do STF, em Brasília | Foto: Antonio Augusto/STF
Edição 266

Carta ao Leitor — Edição 266

Os condenados do 8 de janeiro e a concessão da prisão domiciliar ao acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco estão entre os destaques desta edição

Revista Oeste
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A sessão do STF que tornou réus os seis integrantes do chamado “Núcleo Dois” do suposto golpe de Estado que teria sido arquitetado por apoiadores do governo Jair Bolsonaro foi a pá de cal que faltava para enterrar de vez o sistema judicial brasileiro. Sem se preocuparem com o que determina o rito processual, Alexandre de Moraes e seus parceiros do Supremo aram a condenar os réus antes do julgamento. “É a vergonha mais destrutiva que a Justiça deste país já viu em toda a sua história”, resume J.R. Guzzo no artigo de capa desta edição.

“Fazem a lista dos culpados, escolhem a pena de cada um e depois montam um tribunal com cenário de Projac, com juiz, promotor e até advogado de defesa, mais uma imprensa tipo Pravda que trata essa contrafação toda como se fosse um julgamento de verdade”, descreve Guzzo. “Não criaram a pena de morte para os réus, como havia na Rússia de Stalin. Mas ar 17 anos na Papuda, ou o resto da vida, pode ser até pior que qualquer campo de concentração na Sibéria.”

Entre os condenados pelo STF a quase duas décadas de cadeia está Adalgiza Maria Dourado, de 65 anos. Em 8 de janeiro de 2023, insatisfeita com a situação política do país, ela juntou-se aos manifestantes que decidiram protestar em frente à Praça dos Três Poderes. Quando começou o quebra-quebra, tentou refugiar-se no prédio do Supremo, mas foi presa antes mesmo de conseguir se abrigar no local.

Trancafiada na Colmeia desde maio de 2024, Adalgiza foi diagnosticada com depressão profunda. Segundo o laudo médico, ela tem pensamentos suicidas, crises de ansiedade, chora constantemente e sofre de arritmia cardíaca, conta a reportagem de Uiliam Grizafis. Embora seu tratamento médico tenha sido autorizado pela Vara de Execuções Penais, as consultas ainda não foram concedidas pelo presídio. Com duas filhas, quatro netas e um bisneto a caminho, sua família teme que ela tenha o mesmo destino que Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, vítima de um mal súbito na Papuda por não receber os cuidados adequados.

Enquanto Adalgiza permanece atrás das grades, o agora ex-deputado federal Chiquinho Brazão recebeu de Alexandre de Moraes o direito à prisão domiciliar. Brazão é acusado de ser o mandante dos assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018.

Como lembra a reportagem de Anderson Scardoelli, durante mais de cinco anos as frases “Marielle, presente”, “Quem matou Marielle Franco?” e “Quem mandou matar Marielle Franco">Capa da Revista Oeste, edição 266. Ministro Alexandre de Moraes utiliza tipoia ortopédica no braço durante sessão plenária no STF (23/4/2025) | Foto: Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

2 comentários
  1. Candido Andre Sampaio Toledo Cabral
    Candido Andre Sampaio Toledo Cabral

    Guzzo foi suave quando falou “Alexandre de Moraes e seus parceiros do supremo..”
    Porque na verdade se tratam de comparsas, pois estamos falando de uma quadrilha!

  2. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Esse país é incompetente demais pra ser comunista porque tudo que vai fazer coloca o carro na frente dos bois. Tem que prender todos esses ladrões narcotraficantes bandidos terroristas analfabetos e genocidas que são quase todos dos escalões superiores começando pelo chefe que só não mais porque já virou piada de tão analfabeto que é

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