Pular para o conteúdo
publicidade
Ilustração: Berit Kessler/Shutterstock
Edição 266

O Partido Trabalhista britânico é cúmplice das gangues de estupradores

O escândalo do 'aliciamento' é o exemplo mais absurdo do abandono da classe trabalhadora pelos trabalhistas

Tom Slater, da Spiked
-

Acho que 8 de abril foi um dia adequado para enterrar notícias vergonhosas. Apenas 45 minutos antes de o Parlamento do Reino Unido entrar em recesso, Jess Phillips, ministra de Proteção à Mulher do Partido Trabalhista, anunciou o enfraquecimento de um conjunto já muito enfraquecido de inquéritos locais sobre a calamidade das gangues de estupradores. Talvez estivessem torcendo para Elon Musk estar preocupado demais com a guerra comercial para entrar na sua conta no X.

Em janeiro, nos foram prometidos cinco inquéritos locais em regiões onde era sabido que as gangues operavam, depois que o Partido Trabalhista rejeitou os apelos por um inquérito nacional completo com atribuições legais. Agora, vai haver apenas um inquérito local em Oldham, enquanto outras câmaras vão ter alternativas mais “flexíveis” — ou seja, ainda mais ineficazes. Esse escândalo já tem décadas, e as traições continuam se acumulando.

Sim, já faz mais de 20 anos que Ann Cryer, na época membro do Parlamento britânico pelo Partido Trabalhista por Keighley, fez o primeiro alerta sobre grupos de homens predominantemente muçulmanos paquistaneses que exploravam meninas brancas de classe baixa em seu distrito eleitoral, só para ser menosprezada e chamada de racista. No dia 8, no Parlamento, Robbie Moore, membro pelo Partido Conservador, sucessor de Cryer na região, estava furioso. Faz tempo que ele pede um inquérito sobre as gangues de estupradores na cidade de Bradford inteira, mas é simplesmente rejeitado pela autoridade local. Ele perguntou por que o governo acha que uma abordagem mais frouxa, aparentemente opcional, vai forçar a Câmara de Bradford, ou qualquer outra, a tomar uma atitude, considerando que eles têm seus próprios interesses em manter a verdade oculta.

Foto: Shutterstock

Por quê? Não se pode culpar alguém por pensar que o Partido Trabalhista preferia que esse assunto fosse varrido para debaixo do tapete. Talvez porque é o que eles têm feito há 20 anos — mesmo quando diversas cidades, na maioria dos casos com um parlamentar do Partido Trabalhista e uma Câmara istrada pelo Partido Trabalhista, foram expostas como cenários de estupros organizados, vítimas drogadas, tráfico humano, mutilação e assassinato de algumas das pessoas mais vulneráveis da sociedade.

A ideologia da boa imagem

Rotherham, Rochdale, Telford, Oldham, Huddersfield, Newcastle, a lista continua. Charlie Peters, repórter da GB News, descobriu que pelo menos 50 cidades foram traumatizadas por essas gangues de estupradores predominantemente paquistaneses. Estamos falando de milhares de vítimas, por gerações. Mesmo aqueles cinco inquéritos locais, que não conseguiram compelir testemunhas a depor, foram um insulto ao se considerar o tamanho desse horror. Agora, as sobreviventes — pelo menos as que não são de Oldham — não vão ter nem isso.

Os relatórios locais que vimos ao longo dos anos contam uma história assustadoramente similar — não apenas em termos da origem dos criminosos e das vítimas, mas também da reação. O silêncio. As autoridades locais se recusaram a fazer qualquer coisa por medo de acusações de racismo, ou até mesmo de provocar “conflitos raciais”. Crianças estupradas foram desqualificadas pela polícia como se fossem vadias drogadas. Era o tipo errado de vítima e o tipo errado de criminoso. E eles estavam espalhadas pelo país todo.

Foto: Andrew Angelov/Shutterstock

A recusa do Partido Trabalhista em enfrentar essa questão não é apenas um cálculo político frio. Sem dúvida, eles prefeririam que as câmaras trabalhistas não fossem responsabilizadas por sua cumplicidade e negligência. Sem dúvida, estão sob o efeito de uma convicção genuinamente racista de que combater as gangues de estupradores de forma muito agressiva poderia “alienar” eleitores em áreas predominantemente muçulmanas no centro da cidade. Como se os britânicos de origem paquistanesa também não estivessem horrorizados com o que tem acontecido nas sombras de suas comunidades.

Mas vai muito além disso. O Partido Trabalhista se perdeu em uma ideologia obcecada com uma boa imagem, o que o torna incapaz de fazer o bem. Uma ideologia que acha que proteger a imagem do multiculturalismo é mais importante do que proteger crianças do estupro; que não consegue contabilizar vítimas fora da conformidade com sua hierarquia pré-fabricada de vitimismo; que acredita que a verdade é uma coisa perigosa, porque a plebe não consegue lidar com ela; que pensa que as classes baixas são uma bomba-relógio para conflitos raciais; que abandonou a política de classe pela política identitária.

O escândalo das gangues de aliciamento é o exemplo mais grotesco até hoje do abandono da classe trabalhadora pelo Partido Trabalhista. Exemplo também da sujeição dos interesses da classe trabalhadora — seus traumas, no caso — aos supostos interesses eleitorais do partido e às ideologias das novas elites. E tudo isso vem de um medo profundo de pessoas comuns — tanto britânicos brancos quanto britânicos paquistaneses.

Todos esses anos depois, eles continuam apavorados com o que poderia acontecer se nos fosse permitido saber a verdade.


Tom Slater é editor da Spiked. Ele está no X: @Tom_Slater_

Leia também “O islamismo ainda nos assombra”

2 comentários
  1. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    A Europa escancarou suas fronteiras em nome de um suposto auxílio a pessoas em situações de guerra, perseguições políticas, etc.
    Esses imigrantes não chegaram na Europa para se adaptar a uma nova cultura, mas para impor sua cultura e suas crenças. Pior, junto vieram terroristas, estupradores e outros criminosos.
    Agora a população, principalmente a mais carente paga o preço destas políticas erradas.

  2. Erasmo Silvestre da Silva
    Erasmo Silvestre da Silva

    Até tu Ingraterra tá com esse ixcumugado desse PT

Anterior:
Tecnologia quântica: modo de usar
Próximo:
Imagem da Semana: na banheira do ditador
Newsletter

Seja o primeiro a saber sobre notícias, acontecimentos e eventos semanais no seu e-mail.