A maioria dos países ocidentais classificados como “democracias” faz de tudo para proteger bandidos e terroristas enquanto persegue cidadãos de bem por suas opiniões. Está acontecendo da Alemanha ao Reino Unido, da Austrália ao Canadá, da Irlanda ao Brasil. Esse é o roteiro de um suicídio civilizacional de sabor inconfundivelmente marxista.
Essa não é uma previsão apocalíptica irreversível nem uma conclusão histérica e irresponsável baseada na leitura apressada de eventos selecionados. Na verdade, é um diagnóstico ao qual muitos chegaram depois de anos de estudo, reflexão e amadurecimento — um processo que, para mim, começou com uma tentativa ingênua de entender por que o sistema de Justiça Criminal do Brasil parece ter pouco interesse em efetivamente punir criminosos. O Brasil é o caso extremo de um mal que contaminou todo o Ocidente.
Uma observação cuidadosa mostra que as chamadas democracias — incluindo os países do Primeiro Mundo — são um castelo de cartas, construído principalmente em cima de um Estado de bem-estar social que funciona como um esquema de pirâmide: é preciso um número cada vez maior de novos pagadores para arcar com os benefícios de quem depende do Estado para viver. Mas a taxa de natalidade de quase todos os países ocidentais está abaixo do mínimo necessário para a mera manutenção da população atual.

A outra face do castelo de cartas democrático são os gastos estatais insustentáveis, cuja origem está em um populismo político de curto prazo que é a consequência inevitável do modelo ocidental de alternância de poder com base no voto: a prioridade do político que assume o comando do país, sempre por um prazo limitado, é se reeleger e continuar no poder. O futuro pouco importa. Os gastos absurdos do Estado reduzem a liberdade econômica dos cidadãos e produzem uma necessidade insaciável de arrecadação. Como há um limite para a quantidade de dinheiro que pode ser expropriado dos trabalhadores e das empresas, o Estado gastador produz crescentes déficits públicos que são financiados por meio de empréstimos, alimentando dívidas impagáveis.
Mas a principal forma de financiamento do moderno Estado ocidental, populista, corrupto e perdulário é a desvalorização constante da moeda — a inflação —, produzida por meio da criação, a partir do nada, de uma quantidade cada vez maior de dinheiro. Qualquer estudante de história minimamente curioso logo percebe que a história do mundo nos últimos dois séculos é a história do crescimento do Estado. O aumento da presença estatal em todos os aspectos da vida é acompanhado pela extração de uma quantidade cada vez maior de riqueza dos cidadãos. Essa é a regra; é claro que existem exceções. Mas elas são poucas e, frequentemente, temporárias. O Estado de bem-estar social trabalha, antes de tudo, pelo bem-estar daqueles que controlam o Estado. O problema não é a fraude do INSS; o problema é o INSS.

O controle do Estado é feito por grupos especializados: partidos políticos, corporações de servidores, sindicatos, entidades classistas, lobistas, juristas estatais e defensores de diversos interesses. Em muitos países não há forma mais eficaz de acumular riqueza do que fazer parte de um grupo que controla o Estado. Franz Oppenheimer chama essa forma de ganhar a vida de forma política, em oposição ao que ele chama de forma econômica: produzir um produto ou serviço que os outros se interessem em comprar. O negócio do Estado não é produzir nada, mas se apropriar da riqueza produzida pelos outros. Qualquer “benefício” que o Estado ofereça é apenas uma estratégia para manter um verniz de legitimidade e justificar o aumento da extração de riqueza. “Esse novo imposto aqui é para que nós, do Estado, possamos melhorar os serviços que oferecemos.” Mas o único serviço decente prestado pelo Estado é a expropriação do cidadão.
A apresentação do Estado como absolutamente necessário à sobrevivência e ao progresso é a narrativa dominante. Mas muitos pensadores argumentam que o inegável progresso da humanidade — especialmente nos últimos 200 anos — foi conquistado apesar da existência do Estado, e não por causa dele. Mesmo quando grandes avanços tecnológicos tiveram origem nos laboratórios estatais — como é o caso da internet, que surgiu das atividades do Departamento de Defesa dos EUA —, é possível conceber uma alternativa na qual o volume de dinheiro que foi empregado nas pesquisas estatais seria usado com mais eficiência e criatividade pela iniciativa privada. O impressionante salto na exploração espacial conseguido pela empresa de Elon Musk, SpaceX, é uma demonstração disso. Ainda assim, para a maioria das pessoas, é absolutamente impossível conceber uma realidade onde o Estado não exista, ou na qual o Estado seja uma entidade subsidiária e opcional, subordinada a uma organização da sociedade que dê aos indivíduos e às comunidades autonomia e liberdade quase completas. Mas a verdade é que muitos dos chamados “problemas sociais” não am de distorções criadas pela existência do Estado, por sua onipresença e pela necessidade de financiar uma aparato estatal cada vez mais faminto.

Não há nenhum espaço na cultura ou no sistema de ensino para a promoção, ou mesmo a discussão, de ideias alternativas ao Estado moderno. O principal pilar de sustentação ideológica do Estado é a grande mídia. Por isso as redes sociais são consideradas uma ameaça existencial pelos Estados e seus controladores. Pela primeira vez é possível ao cidadão comum conceber modos de vida alternativos nos quais o Estado não é o personagem dominante. As redes sociais não são apenas um veículo de transmissão dessas ideias, mas um exemplo concreto de como indivíduos podem se organizar de forma a produzir riqueza, conhecimento e bem-estar independentemente da ação estatal.
É graças às redes sociais que os cidadãos ocidentais têm o, pela primeira vez, a informações e conhecimentos que nunca foram divulgados pelos canais oficiais de jornalismo e ensino. Os grandes jornais falam de Marx, mas nunca de Mises. Todos os dias os veículos de mídia publicam matérias sobre o aumento de preços, um fenômeno que eles insistem em chamar de inflação. Graças às redes sociais, cada vez mais pessoas ficam sabendo que inflação, na verdade, é o aumento da quantidade de dinheiro, promovido pelo governo. O aumento de preços é apenas uma das consequências do aumento da quantidade de dinheiro.
O terror que o Estado e os seus gigolôs sentem pelas redes sociais é o temor que os parasitas sempre tiveram dos revolucionários. Para um conservador, “revolução” é uma palavra difícil. As revoluções políticas tendem a ser desastrosas. As exceções são a Revolução Gloriosa — que não foi realmente uma revolução, mas um ajuste institucional — e a Revolução Americana — que foi, na verdade, um movimento de independência. A Revolução Agrícola e a Revolução Industrial representaram dois saltos gigantescos na capacidade humana de entender o mundo e melhorar de vida.
Talvez estejamos no meio de uma nova revolução de conhecimento e consciência, e ainda sem um nome adequado para batizá-la. Vamos chamá-la, provisoriamente, de Revolução do Homem Comum.

Leia também “O consenso inflacionário: por que o dinheiro sempre se desvaloriza?”
Em termos de conhecimento não podemos nos esquecer das IAs. Um exemplo: tive um problema de saúde detectado por exame de sangue e fiz o tratamento indicado pelo médico mas como uma nova consulta seria cara e não posso pagar recorri a IA e ei os parâmetros do antes e depois do exame de sangue. Para minha surpresa tudo de importante sobre o tratamento me foi dito por esta IA. Aquele poder que certos médicos achavam que tinham sobre os seus pacientes acabou. Ainda bem …
Muito bom, Motta. A sanha de controle está por trás deste argumento “regular a internet”.
Eu tentei colocar uma referência que H Hoppe faz ao Estado. Foi censurada. Está certo. O autor deveria estar em um dia daqueles, raivoso. Não existe Estado como o descrito por ele.
Censurada pelo autor? Não entendi …
A história das invenções nos autoriza a comentar a ideia de que a Internet tenha tido origem em laboratório estatal. As descobertas se dão em rede. Mas, vá lá, se quisermos hipotecar algum mérito ao Estado quanto a eventual contribuição, olhando a história dos avanços, o placar deve estar por volta de 9 X 1 para a iniciativa privada. E mais barato.
Muito bom Motta
Penso q estamos na era digital, e q a próxima grande mudança está vindo do conhecimento da Genética.
Infelizmente nas escolas não há programas q preparem as gerações p o q está por vir.
ESTADO NAO SE.
META NOS MEUS EMPRENDIMENTOS FAÇA SUA OARTEEMPREENDIMENTO
Nao sem motivos a esquerda, globalistas e corruptos desejam censurar as redes sociais
Parabéns, Motta. Excelente artigo!!!