Para o banco americano Morgan Stanley, a incerteza elevada sobre a eleição de 2026 pode pesar mais no mercado do que pleitos ocorridos em anos anteriores. O banco prevê que o período de maior estresse eleitoral, com consequências sobre a Bolsa de Valores e a cotação do dólar, deverá a começar três meses antes do dia do voto.
Todavia, a divulgação do Orçamento do ano que vem, outras possíveis medidas fiscais no último trimestre de 2025 e o anúncio dos nomes dos candidatos podem provocar algumas ondas de desempenho ruim e volatilidade antes da metade de 2026.
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S&P também é pessimista
A Standard & Poor’s também prevê que as contas públicas brasileiras terão sérias dificuldades nos próximos meses.
Segundo a agência de classificação de risco, grandes déficits fiscais no Brasil serão gerados até o final do mandato do presidente Lula, provocando um aumento persistente na dívida.
Para a S&P, o crescimento econômico será mais fraco por causa da política monetária restritiva, reduzindo o déficit em conta-corrente.
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Gastança do governo afeta Petrobras, Vale e Ambev
A rápida deterioração do quadro fiscal do governo Lula está gerando consequências negativas também nas principais empresas brasileiras.
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a perspectiva de nota de crédito das gigantes Vale, Petrobras e Ambev, ando de positiva para neutra.
A agência citou que a piora na perspectiva da nota do Brasil como país também afeta os ratings das empresas privadas.
Na última sexta-feira, 30, a Moody’s rebaixou de positiva para neutra a perspectiva para o Brasil em razão do avanço mais lento que o esperado na construção da credibilidade fiscal do país.

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Usando a Petrobras para fechar as contas
A Faria Lima começa a ficar preocupada com a tentativa do governo Lula de usar a Petrobras para fechar as contas públicas.
Em relatório enviado aos seus clientes, a XP Investimentos alertou para o pacote de aumento de impostos que poderia pesar R$ 40 bilhões sobre os cofres da estatal petrolífera.
Entre eles, mudanças no imposto de participação especial (SPT), no preço de referência do petróleo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), um leilão de direitos de produção em áreas não contratadas e leilões permanentes e de blocos exploratórios.
Segundo os analistas da XP, um aumento do SPT poderia reduzir o rendimento para acionistas e os pagamentos de dividendos, dos quais o governo federal é o principal beneficiário.
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Pressão sobre a gasolina
Desesperado por popularidade, o governo Lula está empenhado em uma cruzada para tentar garantir que a redução de 5,6% no preço do petróleo anunciada pela Petrobras chegue até os consumidores.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já enviou um ofício à ANP, ao Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), à Secretaria Nacional do Consumidor e à Receita Federal para solicitar uma fiscalização sobre o preço dos combustíveis nas bombas.
Segundo o Executivo, nem sempre as reduções de preços anunciadas pela Petrobras são readas pelas distribuidoras. E por isso, segundo o ministro, será necessário tomar “medidas cabíveis para que os interesses do consumidor sejam preservados”.

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A Caixa de 1 bilhão por dia
A Caixa Econômica Federal está assinando contratos de crédito consignado por um valor de R$ 1 bilhão por dia.
Segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, o saldo da carteira de consignado da Caixa foi de R$ 106,3 bilhões ao final de março, o que representa 75,3% da carteira comercial para pessoa física.
As contratações no segmento de pessoa física somaram R$ 71,7 bilhões. Um aumento de 14,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2024.
A Caixa reportou lucro líquido recorrente de R$ 4,945 bilhões no primeiro trimestre de 2025. Uma alta de 71,5% na comparação com o mesmo período de 2024.
A carteira de crédito atingiu R$ 1,266 trilhão, alta anual de 10,7%. Por sua vez, a carteira de crédito imobiliário, a mais representativa para o banco público, cresceu 12,7%, para R$ 850,411 bilhões.
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Vivara amplia as operações
A rede de joalherias Vivara inaugurará um novo centro de distribuição no Espírito Santo no segundo semestre.
Segundo a empresa, a nova infraestrutura está em linha com a trajetória de crescimento orgânico de lojas das marcas Vivara e Life e contribuirá para a otimização de custos operacionais.

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Petróleo em alta…
A produção de petróleo no Brasil cresceu 13,7% em abril ante o mesmo período do ano ado, chegando a 3,632 milhões de barris por dia (bpd).
Segundo dados da ANP, na comparação com março o volume cresceu 0,3%.
Por sua vez, a produção de gás natural em abril foi de 168,01 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d), crescimento de 1,5% frente a março e de 22,9% na comparação com abril de 2024.
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…veículos também
A produção de veículos no Brasil caiu 5,9% em maio na comparação com abril. Os dados foram divulgados pela Anfavea, associação de fabricantes do setor.
As montadoras instaladas no Brasil produziram 214,7 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus no mês ado.
Apesar da queda na produção em maio ante abril, houve crescimento de vendas (8,1%) e de exportações (11,3%) no período.
Segundo a Anfavea, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano o setor registrou um crescimento de 10,7% na produção, para 1,026 milhão de veículos, apesar do aumento de 19% nas vendas de carros importados, que chegaram a 187 mil unidades.

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Tanure insiste com a Braskem
O empresário Nelson Tanure está determinado a se tornar o novo controlador da Braskem.
A negociação sobre a fatia da Novonor, antiga Odebrecht, se arrasta há mais de um ano. A empreiteira está demandando R$ 11 bilhões, ainda que o valor total de mercado da Braskem seja de apenas R$ 9 bilhões.
Tanure não demonstra preocupações com esse montante e quer fechar aquilo que já definiu como “o maior deal da história do Brasil”.
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Mantiqueira de olho nos EUA
Depois de vender 50% de sua participação para a JBS em abril, a Mantiqueira está de olho nos Estados Unidos.
A gigante dos ovos começou a estudar projetos para a construção de uma nova planta no Colorado.
Durante um evento do setor em São Paulo, o presidente da empresa, Leandro Pinto, disse que seu filho está nos Estados Unidos supervisionando os projetos.

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Leilões à vista
Até o final do ano deverão ser realizados leilões de 24 projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs) de serviços de saneamento, com a possibilidade de gerar mais de R$ 44 bilhões em investimentos.
Segundo a Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon), o leilão com data mais próxima para ocorrer é o da PPP da Cesan, companhia estadual de saneamento do Espírito Santo, que será realizado no dia 17 de junho, na sede da B3, em São Paulo, com previsão de contratação de R$ 1,7 bilhão em investimentos.
O projeto mais importante previsto para este ano é a concessão parcial da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), que deveria beirar os R$ 19 bilhões em investimentos no Estado ao longo dos próximos 35 anos.
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