O Brasil registrou, em 2024, o primeiro aumento na prevalência de adultos fumantes desde 2007. Dados preliminares da pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, apontam o crescimento de 9,3% para 11,6%. A pasta afirma que houve um aumento relativo de 25% no total de adultos fumantes.
Entre os homens, a proporção de fumantes subiu de 11,7% para 13,8%. No caso das mulheres, o índice aumentou de 7,2% para 9,8%. Segundo o Ministério da Saúde, é a primeira vez que a série histórica registra alta.
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O levantamento foi apresentado na última quarta-feira, 28, em evento do Dia Mundial Sem Tabaco. Desde 2006, a Vigitel monitora o tabagismo no país. A pesquisa é feita por telefone e considera a população adulta das capitais e do Distrito Federal. O evento contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que defendeu ações de comunicação para desestimular o consumo.
Na ocasião, a pasta também divulgou uma pesquisa do Instituto Nacional de Câncer. De acordo com o órgão, o governo gasta R$ 5 com doenças ligadas ao fumo para cada R$ 1 de lucro da indústria. O levantamento também alega que há uma morte para cada R$ 156 mil arrecadados com a venda legal de cigarros. Os dados consideram as mortes por doenças como câncer de pulmão, acidente vascular cerebral e infarto.

Outro levantamento, do instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica, encomendado pelo Fórum Nacional contra a Pirataria, mostra que 32% dos cigarros consumidos no país são ilegais. No Nordeste, esse índice chega a 43%.
Número de fumantes de cigarros eletrônicos permanece estável
A pesquisa Vigitel também apurou o uso de cigarros eletrônicos pelos brasileiros. Em 2024, 2,6% dos adultos das capitais relataram uso diário ou ocasional, contra 2,1% no ano anterior. O Ministério da Saúde considera esse cenário estável. Entre as mulheres, o uso dos equipamentos subiu de 1,4% para 2,6%. Entre os homens, houve queda de 2,9% para 2,5%.
Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a importação, a publicidade e a comercialização dos dispositivos eletrônicos para fumar. O órgão manteve o veto em 2024.

Um dos poucos orgulho que eu tinha da minha nação. Um ato que revelou que quando queremos, conseguimos. Mas um sopro de satanás, nos revela o quão vulnerável somos.