O estresse térmico é uma condição que ocorre quando o corpo humano enfrenta dificuldades para regular sua temperatura interna devido a condições climáticas extremas. De acordo com a endocrinologista, Dra. Juliana Gabriel (CRM – CRM-SP127584 |RQE30007), este fenômeno pode ser desencadeado por calor intenso ou frio extremo, exigindo que o organismo trabalhe mais para manter uma temperatura corporal estável. Essa regulação é essencial para o funcionamento adequado dos processos fisiológicos.
Quando a temperatura externa é muito alta, o corpo utiliza mecanismos como a transpiração para dissipar o calor. Por outro lado, em ambientes frios, o corpo gera calor através do aumento do metabolismo. Esses processos, no entanto, podem sobrecarregar o organismo, levando a sintomas como cansaço, desidratação e alterações no humor.
O estresse térmico pode ter diversos impactos na saúde física e mental, incluindo desidratação, fadiga e problemas cardiovasculares. Além disso, as mudanças bruscas de temperatura podem afetar a produção de hormônios, como os da tireoide, alterando o metabolismo e o apetite.
Os hormônios tireoidianos são fundamentais na regulação do metabolismo corporal. O estresse térmico, especialmente em ambientes de calor intenso, pode provocar uma redução na produção desses hormônios, resultando em um metabolismo mais lento. Isso pode influenciar o equilíbrio energético do corpo e impactar a manutenção do peso corporal, além de afetar outras funções fisiológicas.
Os efeitos não se limitam ao físico; o estresse térmico também pode influenciar o estado emocional. Muitas pessoas relatam irritabilidade e dificuldade de concentração durante períodos de calor extremo. Isso ocorre porque o corpo está constantemente tentando se adaptar às condições adversas, o que pode ser mentalmente exaustivo.
Quais são as estratégias para lidar com o estresse térmico?
Existem várias estratégias que podem ajudar a mitigar os efeitos. Manter-se hidratado é fundamental, especialmente em climas quentes. Beber água regularmente ajuda a compensar a perda de fluidos através da transpiração. Além disso, utilizar roupas leves e buscar ambientes frescos pode ajudar a reduzir a carga térmica no corpo.
Em climas frios, é importante vestir-se adequadamente para conservar o calor corporal. O uso de camadas de roupas e a ingestão de alimentos ricos em calorias podem ajudar a manter a temperatura interna. Além disso, descansar adequadamente e evitar a exposição prolongada a temperaturas extremas são medidas essenciais para prevenir o estresse térmico.
Por que o estresse térmico está se tornando mais comum?
O aumento da frequência e intensidade das ondas de calor e frio extremo pode ser atribuído às mudanças climáticas globais. O aquecimento global tem um papel significativo na intensificação desses eventos climáticos. As atividades humanas, como a emissão de gases de efeito estufa, contribuem para o aumento das temperaturas médias globais, resultando em condições climáticas mais extremas.
Além disso, a urbanização e a falta de áreas verdes nas cidades aumentam o efeito das ilhas de calor, onde as temperaturas são significativamente mais altas do que nas áreas rurais. As superfícies de concreto e asfalto absorvem e retêm calor, elevando ainda mais a temperatura no ambiente urbano. Este fenômeno é amplificado pela escassez de árvores e espaços verdes, que normalmente ajudariam a refrescar o ar por meio da evapotranspiração. Como resultado, as comunidades urbanas estão cada vez mais vulneráveis aos picos de calor, agravando o estresse térmico.
Saiba como lidar com o Estresse Térmico / Créditos: depositphotos.com / tonodiaz
Como as pessoas podem se proteger?
Para se proteger do estresse térmico, é importante adotar hábitos que minimizem a exposição a temperaturas extremas. Utilizar ventiladores ou ar-condicionado pode ajudar a manter o ambiente interno mais confortável; no entanto, é importante manter a umidade do ar para evitar o ressecamento do ambiente. No entanto, é crucial lembrar de manter a umidade do ar, especialmente ao usar ar-condicionado, para evitar o ressecamento do ambiente.
Além disso, planejar atividades ao ar livre para horários mais frescos do dia, como cedo pela manhã ou no final da tarde, pode ajudar a evitar a exposição ao calor intenso. Adotar uma dieta equilibrada e rica em nutrientes também pode fortalecer o corpo contra os efeitos do estresse térmico.
Quais as orientações da OMS em relação ao estresse térmico?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o estresse térmico como uma condição séria de saúde pública, especialmente em contextos de ondas de calor, mudanças climáticas e exposição ocupacional ao calor. A OMS relaciona o estresse térmico ao aumento de morbidade e mortalidade, principalmente entre grupos vulneráveis, como idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas e trabalhadores ao ar livre.
Recomendações da OMS para lidar com estresse térmico:
Beber água frequentemente, mesmo sem sede
Evitar atividades físicas intensas em horários de calor