O Transtorno de Escoriação, ou skin picking, é um comportamento crônico de tocar ou arranhar a pele de forma intensa, levando a feridas e cicatrizes. Segundo a médica Dra. Talita Mirando – (CRM CE 22709), as causas não são completamente entendidas, mas estão associadas à tentativa de regular emoções como ansiedade e tristeza, além de fatores genéticos e neuroquímicos. Classificado no DSM-5 entre os transtornos relacionados ao TOC, o transtorno apresenta compulsão incontrolável apesar das consequências negativas. Muitas vezes, ocorre com depressão e ansiedade. Afeta 1% a 5% da população, podendo causar infecções e cicatrizes permanentes, reforçando a importância do tratamento adequado.
Quais são os comportamentos mais comuns associados ao Skin Picking?
Os comportamentos mais comuns associados ao skin picking incluem morder o lábio e a bochecha até sangrar, arrancar cutículas até sangrar, lesionar a pele e retirar casquinhas de feridas repetidamente. Esses atos são frequentemente adotados como uma forma de escape da tensão, proporcionando uma sensação de alívio temporário em momentos de ansiedade, estresse ou tristeza. Além disso, alguns indivíduos relatam um estado de transe durante o qual o picking ocorre, o que pode ser seguido por sentimentos significativos de vergonha ou culpa.
Como o transtorno de escoriação afeta crianças?
O skin picking geralmente manifesta-se em crianças maiores, por volta dos 10 anos de idade, mas também pode afetar crianças menores. O transtorno é marcado por um fator de ansiedade muito intenso, levando essas crianças a desenvolver comportamentos de manejo emocional disfuncional, resultando no ato de se lesionar. Em muitos casos, o transtorno pode ser uma resposta a situações de estresse ou monotonia, oferecendo uma sensação de prazer ou alívio. A identificação precoce dos sintomas pode melhorar significativamente as estratégias de manejo e o bem-estar geral da criança, reduzindo o risco de complicações a longo prazo.
Quais são as opções de tratamento para o transtorno de escoriação?
O tratamento para o Transtorno de Escoriação pode envolver intervenções cognitivo-comportamentais e farmacológicas. A terapia cognitivo-comportamental busca modificar os padrões de pensamento e comportamento relacionados ao transtorno. No que diz respeito ao tratamento farmacológico, antidepressivos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina, neurolépticos, e antibióticos para infecções podem ser utilizados. Em casos graves, a cirurgia pode ser considerada. Além disso, a N-acetilcisteína (NAC), um modulador do glutamato e antioxidante, tem demonstrado resultados promissores em estudos recentes como uma opção de tratamento para o Transtorno de Escoriação. Pesquisas adicionais também estão em andamento para explorar novas abordagens terapêuticas, incluindo a terapia de aceitação e compromisso (ACT) e intervenções baseadas em mindfulness, que visam melhorar a regulação emocional.