Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Edição 190

Hino Nacional: checamos

Se o pendor desta irmandade conseguimos conquistar com abraço forte, em teu meio, olha aí compadre, desatina o nosso leito à própria sorte

Ouviram do posto Ipiranga às margens plásticas — ou não ouviram, mas não perderam nada — de um polvo o herói comprado redundante. E o sol da puberdade em raios múltiplos, brilhou no fel da praia neste implante.

Se o pendor desta irmandade conseguimos conquistar com abraço forte (nos nossos padrinhos), em teu meio, olha aí compadre, desatina o nosso leito à própria sorte (e bota sorte nisso).

Ó praia amada e doutrinada salve, salve aquele banhista que está se afogando na própria soberba.

Partiu de um show bem tenso um raio híbrido, de alô e de lambança a terra trash (alô, alô som!), se em teu pomposo mel risonho e pífio (tá rindo de quê?) a lavagem do cinzeiro resplandece.

Gigante pela própria avareza, és belo esperto em paz e não larga o osso, e o teu tutu espalha que é uma grandeza, terra dourada. Entre outras mil és tu quem riu da patetada. Dos trilhos deste escore és mão gentil, a pra cá o metal vil.

Deitado eternamente em berço esplêndido (que vidão), ao som do mar e à luz do fel profundo, figura tu não viu o jogão do América?, iluminado o gol do Edmundo.

Duque aterra, Margarida. Teus risonhos pirilampos têm mais cores (tá rindo de quê?). Nossos boxes têm mais mecânicos, mas nenhum deles sabe consertar um microfone.

Ó pária apaga, ilude a massa, salve, salve (sei lá, faz alguma coisa).

Barril de licor meu terno seja símbolo, do Lázaro que ostenta o estrelato. E diga àquele louro da Atlântica, o teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor. No paraíso perigoso, que a palma da tua mão mostrou. Quem vem com tudo não cansa, Bete Balanço… Não é isso? Ok, vamos de novo.

…Paz no futuro à escória do ado. Mas se ergues da preguiça no resort, verás que um milho-verde não foge à luva, nem treme quem adoça um café forte, terra dourada. Entre outras mil és tu quem riu da patetada. Dos trilhos deste escore és mão gentil, a pra cá o metal vil.

Foto: Pedro Ignacio/Shutterstock

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36 comentários
  1. Jorge
    Jorge

    ” Paz no futuro à escória do ado ! ”
    GENIAL !
    Uma verdade que resume toda a história do Brasil !

  2. Ramon
    Ramon

    Uma paródia maravilhosa.
    Mostrando toda a mediocridade com o nosso idioma e um símbolo nacional(hino do Brasil) a que estamos sujeitos.
    Obrigado Fiuza!

  3. DONIZETE LOURENCO
    DONIZETE LOURENCO

    Lembro da minha época no antigo ginásio no final dos anos 1960 e início de 1970 quando formávamos no pátio do colégio para hastear a bandeira e cantar o Hino Nacional.
    Não servi às forças militares mas no dia da entrega do Certificado de Reservista, o Tenente que presidia a solenidade fez a tropa cantar o Hino umas quatro vezes até que a apresentação fosse digna de alguma nota.
    Hoje nossos adolescentes e jovens, na sua maioria, infelizmente não conhecem sequer a primeira estrofe, o que não me surpreende a patética “apresentação” da funkeira.

  4. Antonio Carlos Neves
    Antonio Carlos Neves

    Grande Fiuza, mas cuidado pois aqueles que OFENDEM a CF podem interpretar como OFENSA ao HINO e às INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS de nossa republiqueta, essa tua alegre e verdadeira manifestação.

  5. Odilon Soares Teixeira da Silveira
    Odilon Soares Teixeira da Silveira

    A nova letra do hino, ficou ótima pra cantar, combina bem com o governo 3.0
    Fiúza me representa
    Grande escritor e agora letrista
    Hahaha

  6. Fábio Rogério Rocha
    Fábio Rogério Rocha

    Rimos da “patetada”, mas infelizmente o texto é a mais pura verdade.

  7. ALEX
    ALEX

    Alguém tinha que clonar a voz do Fiuza com IA e fazer a leitura desse texto no tiktok, youtube, instagram, kkkk

  8. Jose Jorge Abi Rached Filho
    Jose Jorge Abi Rached Filho

    Sempre inovador, consegue transmitir de uma forma brilhante com ironia, sabedoria e com a inteligência que lhe é inerente. Você e todos daqui me representam! Forte abraço! Paz e bem!

  9. NEIDE MARIA
    NEIDE MARIA

    MEU BRASIL AMADO ,COMO MEU QUERIDO JORNALISTA GUILHERME FIUZA ,DETALHOU TÃO BELAMENTE ,OS DIAS ATUAIS DO NOSSO AMADO HINO NACIONAL.
    ESPETACULAR.
    FIUZA É UM GÊNIO DA LITERATURA BRASILEIRA.
    AMOOO TODOS DA REVISTA OESTE.

  10. Udibel José da Costa
    Udibel José da Costa

    Há um ditado popular que diz: Estamos no mato sem cachorro e sem espingarda.
    Poderíamos acrescentar: E se sairmos do mato vamos para a quiçaça.
    Parabéns Fiuza

  11. Maria de Lourdes De Mendonça Arruda
    Maria de Lourdes De Mendonça Arruda

    O Fiúza é único. Parabéns pelo hino que retrata nossa atualidade.

  12. Rosely Azevedo
    Rosely Azevedo

    Em meio a uma vasta opção de competentes profissionais recheados pelo Brasil afora, os caras conseguem errar numa escolha já previsível ao insucesso, consagrando enorme vergonha mundial, a cada um de nós, brasileiros. Muito triste.

    1. Custodio Elias Guercio
      Custodio Elias Guercio

      Quem mais poderia reescrever o hino nacional? ????

  13. Ana M Santos
    Ana M Santos

    Não sabem o próprio hino, pisam na nossa bandeira, roubam o nosso dinheiro… Fiuza, o artigo traduz nossa indignação diante do escárnio. Parabéns!

  14. MNJM
    MNJM

    Só mesmo nas ironia. A quadrilha que está no governo e quem os apoia é um verdadeiro desastre.

  15. Dilermando Batista
    Dilermando Batista

    Quando leio artigos com discernimento e compostura ortográfica, percebo que você faz parte da geração que construiu com as próprias mãos, que cantou o Hino Nacional e outros hinos honrosamente no pátio da escola, com a mão direita ao lado coração. Sinto tristeza por estas gerações que delas foram furtados o direito à educação, com todos os valores que tivemos, não que somos os melhores, mas tivemos a oportunidade de aprender o que uma escola tem de melhor a oferecer.

  16. Andrea Vidal
    Andrea Vidal

    Só você pra nos fazer rir nesse momento tenebroso que estamos ando. Adorei, Fiuza! Genial!

  17. Reginaldo Corteletti
    Reginaldo Corteletti

    Caro Fiúza, uma desgraça narrada em versos. So os povos ricos em talento, os brasileiros, consegue descrever tal vexame em versos. Parabéns, caro jornalista velho de guerra. Sou avo, onde estiver, está orgulhoso.

  18. Lucas Cezar Parnoff
    Lucas Cezar Parnoff

    Ou você ri ou chora, pois ultraou o nível de indignação.

  19. Ana Cláudia Chaves da Silva
    Ana Cláudia Chaves da Silva

    Só você, querido Fiuza, pra nos fazer rir de tanta derrota, tanta desgraça, desse governo maldito! Parabéns, você é genial.

  20. José Antonio Neves
    José Antonio Neves

    Sensacional!!! O problema é que eu já estou desprendendo também! O que nos aguarda Pai!?!?

    1. Ana Cláudia Chaves da Silva
      Ana Cláudia Chaves da Silva

      Não há nada tão ruim que não possa piorar, infelizmente.

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