— E aí, foi pra onde nas férias?
— Fui pro Sul.
— Amazônia?
— Que Amazônia?! Falei que fui pro Sul.
— Ué, você não soube?
— De quê?
— A Amazônia agora é no Sul.
— Para com isso… Que brincadeira é essa?
— Brincadeira, nada. Coisa séria.
— Como assim? Vai dizer que meteram a mão na geografia também?
— Tipo isso.
— Então agora a Amazônia é no Sul e o Rio Grande do Sul virou Rio Grande do Norte?
— Exato. E o Rio Grande do Norte agora fica lá embaixo no mapa.
— Que confusão. E a questão climática? Vai todo mundo ter que trocar o guarda-roupa? Já estão se cotizando pra mandar casacos pra Amazônia?
— Não vai ter muita mudança nessa parte, não. Os gaúchos, por exemplo, vão ficar mais ou menos na altura de onde era o Canadá.
— Agora embolou tudo. O Sul não tinha ido pro Norte?

— Sim, mas é que o mapa-múndi foi invertido. Então agora o Brasil fica plantando bananeira ali no Hemisfério Norte, entendeu?
— Mas tem bananeira nessa nova latitude?
— Muito pouco. Esse foi um dos efeitos colaterais positivos: vamos deixar de ser uma república de bananas.
— Interessante. Qual será a nossa nova vocação?
— Embelezamento de dados.
— Você quis dizer “processamento de dados”.
— Não. Embelezamento, mesmo.
— E como funciona isso?
— É simples e genial. Por exemplo: vamos imaginar que tem um país insatisfeito com o seu PIB. Basta ele ligar pra cá e contratar os serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Embelezamento.
— O pessoal consegue melhorar o PIB de outro país?
— Cara… Você tá desatualizado mesmo, hein?
— Já falei que tava de férias.
— Então fique sabendo que nas suas férias o mundo virou de cabeça pra baixo.
— Ah, você tá exagerando. Não estou achando as coisas tão ruins assim.
— E não estão, mesmo. As coisas estão ótimas! Vou repetir: o IBGE deu uma cambalhota no mundo. E de quebra colocou o Brasil no centro.
— Somos Primeiro Mundo, agora?
— Primeiríssimo! E você há de convir que, pra quem consegue inverter o mapa-múndi, dar um tapa no visual do PIB de um país qualquer é molezinha, né?
— Pô! Aí tem que respeitar.
— Vai ter fila em Brasília, meu amigo. Fila de países querendo contratar indicadores socioeconômicos mais bonitos.
— Rapaz… Isso aqui vai ficar abarrotado de dólar, euro, ouro…
— Falar em dólar, estão querendo ar a cotação do câmbio pro IBGE também. O Banco Central não tá acompanhando a velocidade das mudanças.
— Faz sentido. Um país que tá no centro do mundo tem que ter a moeda mais forte também.
— Você pegou o espírito. Chega desse sofrimento com dólar alto. Quem vai estar sempre nas alturas é o real.
— Muito bom. E o INSS?
— O que tem o INSS?
— Vão aproveitar pra dar uma melhorada lá também?
— Não.
— Por quê?
— Porque ali, se melhorar, estraga.
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Kkkkk muito bom!
Kkkkk muito bom!
Que dupla hein? Dilma Rousseff e Márcio Pochmann. Eita Brasil véio de guerra!
Eles só tem cara de loucos,mas são é bem espertos.Loucos ficaremos nós…
Kkkk…um país onde idiotas e bandidos estão no poder, o que esperar? Este governo é uma aberração em todos os sentidos.
FIÚZA, EXCELENTE ARTIGO, DEI MUITAS GARGALHADAS! O MAPA MUNDI INVERTIDO E DOIS ACÉFALOS SEGURANDO O MAPA!
Excelente texto. Amei.
Isso pode, Xandão?
Depois dessa, o prêmio Nobel de geografia está garantido.
hahahahahá muito bom Fiuza !!
mapa mundi de cabeça pra baixo, assim como o Brasil de hoje, melhor parte do artigo, “se melhorar o inss estraga” !!!
Isso pode, Xandão?
Onde chegamos ? Triste. Socorro, parem o Brasil, quero descer !!!!!
E a cara de felicidade dos dois na foto? São uns queridos, uns traquinas. “Manhêêê, vem ver o que eu fiz com o mundo.” Quanto à minha mãe, veio aqui perguntar porque eu gargalhava. É a coluna do Fiúza, bálsamo de humor. Tks!
Eles são loucos ou se fazem de loucos, para meter a mão no dinheiro público?